Crítica: Sexo Sem Compromisso (No Strings Attached)

Sexta fui ao cinema encarar mais uma comédia romântica um gênero tão batido quanto previsível. Mesmo com poucos indicativos favoráveis resolvi apostar no longa dirigido por Ivan Reitman (Os Caça-Fantasmas, Dave - Presidente por um Dia, Um Tira no Jardim de Infância) que conseguiu uma boa carreira nas comédias mas que não vinha fazendo tantos filmes assim. A presença da vencedora do Oscar Natalie Portman (Cisne Negro, Entre Irmãos, V de Vingança) ajudou a criar um interesse de assistir ao filme que teria como par romântico Ashton Kutcher (Par Perfeito, Idas e Vindas do Amor, Efeito Borboleta) vencedor do Framboesa de Ouro e com o veterano Kevin Kline (O Clube do Imperador, Dave - Presidente por um Dia) que anda bem sumido das telas de cinema.

No filme os amigos de longa a médica Emma (Natalie Portman) e o aspirante a roteirista Adam (Ashton Kutcher) tentam manter uma relação meramente sexual, aberta e sem vínculos após quase estragam a amizade ao transarem em um manhã. Para protegerem a relação, eles fazem um pacto para manter seu relacionamento estritamente "sem qualquer compromisso", ou seja, sem ciúmes, esperanças, brigas, flores e apelidos fofinhos. Mas eles se questionam: será possível transar sem que o amor atrapalhe? A amizade deles irá sobreviver?

Fazer um filme original hoje em dia é complicado, comédia romântica então mais ainda. As comédias românticas parecem que ganharam ultimamente um novo modelo, o rapaz dedicado, carinhoso e apaixonado vivi tempos difíceis para convencer a mocinha que estes podem e devem viver felizes para sempre juntos, foi o modelo em Amor e Outras Drogas que se repete em Sexo Sem Compromisso. Tenho falado muito com amigos que o problema não são os filmes e os seus clihês, mas como os diretores e roteiristas vendem as suas histórias, na grande maioria das vezes mal acabadas ou incoerentes. Sexo Sem Compromisso peca justamente pelos dois erros, criando personagens mal trabalhados e que viviem em função de motivações inexplicadas.

Outro erro na produção é ao meu ver a presença de Kutcher que não ganhou o Framboesa de Ouro à toa, ele é muito fraco em cena, chega a ser destoante. Ele não consegue demonstrar emoções diferentes em nenhuma das cenas, sempre com a mesma cara. Para o alívio dos espectadores temos a presença de Natalie Portaman, que mesmo em uma papel que não lhe exige muito, mostra-se muito melhor em cena - o que não chega a surpreender.

No apagar das luzes os créditos nos reservam as cenas e situações mais engraçadas, o que fala muito sobre o filme. Sexo Sem Compromisso serve para aqueles que são fãs do gênero, mas mesmo assim com ressalvas, infelizmente não foi desta vez que Ivan Reitman voltou a produzir boas comédias.

Nota: 5,5


Trailer: