Crítica: O Ritual (The Rite)

Milagrosamente a estréia dessa semana não sofreu de traumas na tradução de seu título que corresponde bastante ao seu homônimo em inglês (uma salva de palmas mental para as distribuidores no Brasil). Confesso que quando eu sobe da produção desse filme me interessei justamente pela presença do magistral Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes, Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos, Dragão Vermelho), que se mostrou uma escolha acertada da direção. O fato de ser fã de filmes de terror e thrillers também ajudaram a ingressar no cinema e encarar mais uma história sobre exorcistas, uma tema já batido em hollywood, que já tem até o seu público cativo.

O fato de ser inspirado em fatos reais não chega a surpreender quando se trata de produções sobre exorcismos. Mas O Ritual tenta inovar um pouco ao narrar a história do cético seminarista Michael Kovak (Colin O’Donoghue) que, relutantemente, frequenta uma escola de exorcismo no Vaticano. Sua vida muda quando ele encontra o ortodoxo Padre Lucas (Anthony Hopkins), que lhe apresenta o lado mais obscuro de sua fé.

Já falei em alguns textos meus e repito o agente de Alice Braga (Repo Men e Predadores)esta com tudo, a moça em 1 ano apenas contracenou com 3 vencedores de Oscar, Forest Whitaker (Repo Men e Detenção), Andrien Brody (Predadores e Detenção) e agora com o mestre Antony Hopkins, um currículo que falta a muita gente. Ainda que ela não tenha um primor da atuação fica claro pela trajetória da moça nas produções americanas que ela caiu nas graças de hollywood, o que infelizmente não aconteceu com o nosso conterrâneo Rodrigo Santoro.

O Ritual foge um pouco aos filmes clássicos de exorcismos até pela inclusão de um seminarista cético na trama, mas não é isso que atrai o espectador e sim a presença do grande Hopkins. Desde a sua primeira aparição ele mostra do que é capaz e chega a destoar tamanha é a qualidade com que ele se apresenta na tela se compararmos com os seus colegas de elenco. A fotografia do filme também ficou bastante interessante assim como a trilha que acompanha o ritmo do longa de forma satisfatória.

O longa dirigido por Mikael Håfström (1408 e Fora de Rumo) tenta seguir uma linha diferente dos filmes sobre exorcismos, focando mais na relação tênue entre a descrença, o ateísmo e a fé que circula ao nosso redor a cada momento. A presença de Hopkins é muito bem utilizada e ao contrário do que aconteceu na tosca refilmagem de O Lobisomem a trama soube usar de sua presença na tela. O Ritual é uma produção com conteúdo, questionamentos e não um apanhado de sustos e gosmas pulando pela tela. Não é um filme que vai marcar ou revolucionar cinema mas com certeza o espectador vai se deliciar com essa proposta "diferente".

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Nota: 8,0


Trailer: