Um fator que achei muito interessante é que mesmo se passando no futuro o filme não caiu em alguns vícios de filmes com essa temática, se prendendo ou se perdendo nas maravilhas modernas que irão existir, mas se preocupando com a história e como essa se desenvolve. A fotografia e o figurino também são um detalhe bem intrigante dando um ar retrô e fugindo do estereótipo de futuro em que as vestimentas são coloridas e baseadas em peças de plástico e seus derivados. Ao mesmo tempo essa escolha da um sentido de proximidade, a final essa é uma história que pode ser real daqui a 15 ou 20 anos.
O filme se passa em um futuro no qual os seres humanos são escolhidos geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas inválidas. Vincent Freeman (Ethan Hawke), o primogênito, nasceu do amor de seus pais sem preparos genéticos. Tem desde pequeno, o desejo de ser um astronauta, mas tem em seu código genético predisposições à doenças que não lhe permitem nada melhor em vida que o emprego de faxineiro. Consegue, porém, um lugar de destaque em uma corporação, escondendo sua identidade genética verdadeira. Tudo segue perfeitamente, com muito esforço, até que um assassinato em seu emprego põe sua máscara em risco, podendo expor seu passado.
Gattaca se passa num suposto tempo futuro não tão distante, mostra uma sociedade em que o Estado não tem controle sobre a visão social da qualidade genética e em que tal manipulação genética criou novas espécies de castas, preconceitos e divisões sociais, aparentemente legitimadas pela ciência. Aos pais que desejam ter filhos é dada a oportunidade de escolher e manipular a interação entre seus gametas, para gerarem filhos com a melhor combinação de qualidade genética possível. Esse procedimento acaba criando uma distinção de quem está mais apto para fazer o que na sociedade e como resultado final, gera uma tarja a ser carragada pelo resto de suas vidas:Válido e Inválido.
O filme ainda tem a presença de Uma Turman que faz o par amoroso de Ethan Hawke, Jude Law com um válido que empresta a sua identidade para Vincent e Tony Chalhoub que faz uma ponta como um agenciador de identidades genéticas válidas. A qualidade da equipe de produção também ajudou e muito a tornar o filme tão agradável, com a presença dos premiados Michael Nyman responsável pela trilha sonora, Slawomir Idziak comanda a excelente fotografia e Colleen Atwood desenhou os belos figurinos. Gattaca é um bom filme, muito gostoso de assistir, muito bem construído e uma boa pedida para aqueles que curtem roteiros inovadores e aos fãs de cinema mais alternativo.
*Curiosidades: O Blue-Ray do filme tem alguns extras bem interessantes, falando sobre a produção e contendo intrevistas com os produtores e atores. Através dele descobri que o filme na verdade era uma aposta pessoal de Danny DeVito (O Solteirão, Quando em Roma).
O visual retrô do filme tem tanto haver com o que Andrew Niccol pretendia no roteiro quanto a falta de grana, já que o orçamento era apertado.
Outro fato interessante é que este foi o primeiro filme da carreira de Jude Law (Repo Men - O Resgate de Órgãos, Sherlock Holmes, O Imaginário Dr. Parnassus), antes ele era ator de teatro e foi recomendado por um dos produtores que o assitiu durante uma peça.
O filme ainda conta com a presença do veterano Alan Arkin que ganhou o Oscar de Ator Coadjuvante por Pequena Miss Sunshine. Nota: 9,4
Trailer:
2 Comente Aqui! :
É espectacular o filme. Ponto final.
Abraço
Cinema as my World
É um belo filme, mas vi há anos e minha memória falha - nem o dvd eu encontro mais disponível pra comprar.
abraço
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