Crítica: Reino Animal (Animal Kingdom)
22 de janeiro de 2011
8 até 10
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Ação
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Circuito Alternativo
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Drama
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Oscar
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Thriller
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Tiago Britto
2
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Este é um filme Australiano, que foi o grande vencedor, da categoria de Ficção estrangeira, do festival de Sundance deste ano e apareceu na disputa pelo Globo de Ouro (Lista de Vencedores) na categoria de melhor atriz coadjuvante pela atuação de Jacki Weaver, premiada com o National Board Review e com possibilidades de indicação ao Oscar. Outra curiosidade positiva do filme é que ele aparece em terceiro lugar na lista (Confira aqui) dos vinte melhores filmes do ano divulgada pelo diretor Quentin Tarantino (Cães de Aluguel, Bastardos Inglórios, A Prova de Morte).
A obra é baseada em um fato real que aconteceu na cidade de Melbourne, denominado de "O Tiroteio da Walsh Street" e não foi um longa muito divulgado no Brasil. Uma pena, pois começo a achar ele genial já em seu título. O que é o Reino Animal? Uma possível definição seria um composto de animais que correspondem ao ambiente em que vivem. Outra definição de escola é a do Bom Selvagem, que o ser humano é fruto do meio em que habita, podendo dele aprender valores que lhe servirão como ponto de referência para as atitudes que possa vir a tomar. Um título desse dá a impressão de que se trata de um documentário sobre animais e seu convívio, mas a grande verdade é que tudo não passa de uma analogia ao pensamento do bom selvagem.
A história é tensa e já começa com o jovem Josh Cody, presenciando a morte de sua mãe por overdose. Com o ocorrido e desesperado, o garoto decide procurar sua avó que há muito tempo não mantinha contato. A distância dela e de seus tios se justifica pelo fato de todos serem animais selvagens no submundo de Melbourne. Seus tios Darren, Craig e Pope são traficantes, bandidos e atormentados pelo meio em que vivem. As constantes fugas da policia e as contínuas investigações são capazes de "pirar" a cabeça do ser humano. E esse é o mundo em que Josh é atirado, esse é o reino animal que lhe é apresentado. Um meio em que ele sofre as tensões e pressões tanto dos familiares quantos policiais, sendo que ele precisa decidir se deve fazer justiça ou lutar pelas pessoas do mesmo sangue.
Estamos falando de um filme que vai a fundo em sua proposta e que o clima de tensão não sai de cena e não dá espaço para qualquer espécie de alivio cômico. O filme surgiu para causar impacto e ele o faz com muita qualidade. Em meio a este mundo de selvagens, Jackie Weaver interpreta uma leoa, sínica, sinistra, que com todas as garras possíveis enfrenta as adversidades, buscando a união de sua familia, fazendo justiça aos prêmios e destaque que recebeu. Ainda há a boa presença de Guy Pierce (A Estrada, Guerra Ao Terror) que tem uma bela atuação com o seu papel de detetive, um personagem que não se encaixa aos métodos ou sujeiras que o departamento policial lhe exige. O Reino Animal nos brinda com a história de um jovem que vive exatamente as metamorfoses necessárias para conviver em um ambiente hostil, nos mostrando como realmente o homem pode ser fruto do meio em que convive.
O filme dirigido belo jovem David Michôd é bem denso e forte, alguns espectadores ficarão angustiados, outros incomodados e até poderão roer as unhas. Uma produção muito bem feita e que trabalha esse tema forte de maneira muito séria e segura. Uma grata surpresa, realmente um grande filme.
Nota: 10,0
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Não tinha ouvido falar do filme. Me pareceu interessante, apesar da lista de Tarantino desse ano não está muito confiável, hehe.
=]
Um grande filme com ótimas atuações. Realmente Jackie Weaver dava medo só de olhar, o que passava naquela mente manipuladora. O final do filme é excelente também, porque definitivamente não era como eu esperava que terminasse. Uma pena que poucos virão esta produção, que apesar de pequena figura entre os melhores filmes de 2010.
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