Crítica: Obrigado por Fumar (Thank You for Smoking)

29 de junho de 2010 4 Comente Aqui!

Infelizmente como muitos bons filmes que passaram em uma época em que tinha poucas oportunidades de ir ao cinema, só pude apreciar devidamente a produção Obrigado por fumar quando este saiu para DVD. Mesmo perdendo um pouco do charme de uma sala de cinema o filme de estréia de Jason Reitman (Amor sem Escalas e Juno) me conquistou bastante. A história é uma sátira corrosiva da chamada "culture of spin" (cultura de manipulação de informações), baseada na elogiada obra do mesmo nome 1994 de Christopher Buckley, adaptada para as telas por Reitman.

Nick Naylor (Aaron Eckhart) é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, ganhando a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e também por um senador oportunista, Ortolan K. Finistirre (William H. Macy - Fargo), que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, Nick passa a manipular informações de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disto Nick conta com a ajuda de Jeff Megall (Rob Lowe), um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes.

Sua fama faz com que Nick atraia a atenção dos principais chefes da indústria do tabaco e também de Heather Holloway (Katie Holmes), a repórter de um jornal de Washington que deseja investigá-lo. Nick repetidamente diz que trabalha apenas para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que seu filho Joey (Cameron Bright - Eclipse) dá ao seu trabalho começa a preocupá-lo.

Desde de sua primeira obra Reitman consegue fazer com que o espectador se sinta atraído por seus personagens solitários e que tem a sua ação no mundo bem peculiar e algumas vezes sendo bem polêmicos. Seja em Juno, Obrigado por Fumar ou Amor sem Escalas todos os protagonistas de suas histórias vivem anti-heróis que conquistam o espectador com um charme e um modo de agir bem particular. 

Mas o grande trunfo do filme é a presença de Aaron Eckhart (Reencontrando a Felicidade, Batman - O Cavaleiro das Trevas) que transpira charme, elegância e cinismo com o personagem Nick Naylor fazendo com que o espectador admire-o mesmo sabendo que este não é um cidadão exemplar. Os discursos inflamados feitos por Eckhart e sua retórica fantástica tem força mesmo a uma tela de distância, tornando a jornada do filme mais prazerosa. Lamento e muito ele não ter sido reconhecido pela Academia que não lhe indicou a Oscar de 2006. Para os fãs de filmes mais alternativos e das outras obras de Reitman é uma obrigação assistir a esta bela obra.

Nota: 9,5

Trailer:

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