Sem ordem de preferência, tão aí meus 5 filmes de cabeceira:
Casablanca (1942)
A palavra “clássico” foi talhada para produções como
Casablanca. Temos aqui Humphrey Bogart no auge de sua carreira, interpretando o impagável Rick Blaine, um expatriado americano no meio da terra de ninguém que é o Marrocos durante a Segunda Guerra Mundial. São tantas coisas elogiosas que eu poderia dizer sobre
Casablanca que vai acabar parecendo jabá...
Laranja Mecânica (1971)
Kubrick é covardia, né? Metade (ou mais) dos filmes dele entraria fácil nessa lista. Escolhi
Laranja Mecânica porque foi o meu primeiro contato com a obra fascinante desse diretor. Lembro de ter assistido esse filme quando tinha uns 14, 15 anos e não ter entendido nada – e mesmo assim ter gostado. Com o tempo descobri o por quê. São n + 1 questionamentos que o velho Stanley traz: é possível redimir um sociopata? Até que ponto o Estado pode ir nos seus programas corretivos sem abusar dos direitos da população carcerária? É melhor viver num mundo com livre-arbítrio – mesmo onde conscientemente se escolhe o “mal” – do que viver num mundo onde se é condicionado e robotizado para ser bom? Quais são os limites éticos da ciência do comportamento? São questões que vão encontrar a mesma ressonância daqui a 500 anos.
Blade Runner – O Caçador de Andróides (1982)
Depois do sucesso de
Alien, o 8º Passageiro (1979), Ridley Scott investiu novamente na ficção científica. Apesar seu status de
cult hoje, na época em que foi lançado
Blade Runner foi um fracasso de bilheteria. 1982 foi o ano de
E.T., e o clima existencialista, deprimente do filme não caiu bem com a platéia. Quem também estava esperando Harrison Ford no papel daquele galã fanfarrão de
Guerra nas Estrelas e
Indiana Jones saiu decepcionado dos cinemas. Hoje em dia
Blade Runner disputa com
2001: Uma Odisséia no Espaço o título do melhor filme de sci-fi já feito, e com toda razão e mérito.
Clube da Luta (1999)
A bíblia de uma geração.
Clube da Luta é um filme dotado de rara inteligência, que expõe com humor cínico e sinceridade desconcertante a tal hipermodernidade da qual vivemos. É um mundo onde o consumismo destrói as relações humanas, esvaziando nossas vidas de sentido. Há quem enxergue um certo criptofascismo no filme – as cabeças raspadas, a organização paramilitar do clube da luta, um quê de lavagem cerebral nas palavras de Tyler Durden... Mas isso ignora a crítica certeira e muito necessária que o filme traz, uma mensagem poderosa que todos deveriam ter acesso.
Chinatown (1974)
Ainda abalado pelo assassinato brutal de sua esposa Sharon Tate pela família Manson, Roman Polanski dirigiu esse filme sobre morte e corrupção em Hollywood. Na superfície um filme noir na tradição de O Falcão Maltês (1941) ou Crepúsculo dos Deuses (1950), Chinatown reinventa o gênero. O roteiro brilhante de Robert Towne e uma atuação fenomenal de Jack Nicholson, no papel do detetive J.J. Gittes, garantem 2 horas e 10 minutos de 7º arte num dos seus grandes momentos. A trilha sonora de Jerry Goldsmith (O Planeta dos Macacos original, Alien, A Profecia) é considerada uma das melhores já feitas.
6 Comente Aqui! :
Desses eu só não ví ainda o Chinatown (1974). Um lista de muito impacto. Vale dar uma conferida nestes filmes mesmo.
Pra mim o ponto forte de Blade Runner é Rutger Hauer.
Lista quase perfeita. kkk. No meu gosto faltou O Poderoso Chefão.
Mas, adoro essas 5 obras - primas do cinema.
Renato, coincidência ou não, "O Poderoso Chefão" era o sexto filme da lista! Tive de escolher entre ele e "Chinatown". Muito cruel!
Clube da Luta e Laranja Mecânica estão na minha lista de favoritos também.
Como assim não tem O Poderoso Chefão na sua lista? Imperdoável isso! Não assisti Chinatown também... Tiraria
Blade Runner – O Caçador de Andróides, mas tem seu mérito!
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