Crítica: O Leitor (The Reader)

15 de fevereiro de 2011 1 Comente Aqui!

Em tempos de Oscar (Veja a Lista de Indicados), decidi que valeria muito a pena rever alguns últimos vencedores. O Leitor foi indicado a Cinco estatuetas, incluindo a de melhor filme, mas levou apenas a de melhor atriz, pela grandiosa interpretação de Kate Winslet (Foi Apenas Um Sonho). O filme é baseado no livro, de mesmo nome, do escritor Bernhard Schlink e é um longa que merece ser visto, pela forma belíssima que se desenvolve e aborda os temas em questão.

A trama demonstra o sofrimento de uma pessoa que não consegue esquecer alguns fatos passados de sua vida. Quando ainda tinha 15 anos, Michael Berg recebeu ajuda de uma mulher e quando voltou para agradecer, foi vivendo com ela uma espécie de relacionamento. Hanna Schmitz tinha praticamente o dobro da sua idade, mas aos poucos foi se perdendo em seus sentimentos e aceitando que seu coração era tomado por um jovem que poderia ser seu filho. O romance começa a ganhar corpo, quando o rapaz percebe que sua amada gostava que ele lesse livros para ela, mas numa dessas peças que a vida nos prega, a mulher amada desapareceu repentinamente. 10 anos se passam quando Michael novamente lhe encontra, mas desta vez ela estava em um julgamento de nazistas, que servia como observação extra classe para o rapaz, que agora estudava Direito. Desta situação surge a premissa e questionamento do filme, até onde você iria para manter um segredo?...Com este pensamento o garoto vai viver tentando entender os sentimentos do passado e pensando nas ações que lhes levaram para o lugar onde estão tanto tempo depois. 

A direção de Stephen Daldry é um dos pontos positivos da película, pois em cerca de duas horas de produção, o diretor consegue jogar o espectador tanto dentro de Michael como de Hanna para vivenciar e entender seus sentimentos e angustias. É fácil se entregar a trama e acreditar naquilo que está sendo visto. As filmagens ambientadas na Alemanha antiga foram muito bem trabalhadas e o visual do filme ficou realmente convincente. Outro ponto forte foi a maneira que ele conseguiu conduzir seu trio principal de atores, que estão simplesmente maravilhosos. David Kross é responsável por interpretar o personagem principal quando ele ainda tinha 15 anos. David não é um ator renomado e não tinha muita experiência na época da produção, mas sua atuação foi a grata surpresa do filme, se mantendo digna da produção e compreensível diante da situação em que seu personagem estava. Ralph Fiennes (Harry Potter e as Relíquias da Morte, Fúria de Titãs, Dragrão Vermelho, Guerra Ao Terror)  faz o "garoto" mais velho e apesar de passar o filme todo com o mesmo semblante, foi muito bem em sua interpretação pela busca de redenção. Todos sabem que Ralph é majestoso e talvez por isso não tenha tido tanto destaque... Bem ele foi, mas não foi espetacular como sempre. Espetacular mesmo foi Kate Winslet, que ganhou o prêmio de Melhor Atriz, curiosamente em um papel de coadjuvante. Winsler está "monstruosa" em seu papel e faz o personagem com uma linha de rispidez, ignorância e sofrimento que é o ponto mais forte da trama. Viver Hanna realmente deve ter sido complicado, pois exigiu cenas de sexo com um ator de apenas 18 anos e maquiagens para lhe deixar com mais de 60 anos. 

O filme não foi o vencedor do Oscar de melhor filme, mas sua vitória não seria injusta.Um bela abordagem dramática de amor e literatura.


Nota: 9,0

Trailer do Filme:





1 Comente Aqui! :

  • Cristiano Contreiras disse...

    Acho um trabalho grandioso, emocional, denso. Não acho a personagem de Kate Winslet 'coadjuvante', tem fato de atriz principal mesmo, pois repare, a trama toda gira em torno de sua problemática.

    Adoro esse filme!

    Que bom vê-lo aqui!

 
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