Crítica: A Árvore da Vida (The Tree of Life)
A Árvore da Vida é um sonho do diretor Terrence Malick (O Novo Mundo, Além da Linha Vermelha) que deseja faze-lo desde 1970. Malick é um diretor de cinema bem incomum para os dias de hoje. Recluso e avesso às mídias ele passou anos sem se deixar fotografar, sem conceder entrevistas e procurando tornar esse seu projeto uma realidade. Isso diz muito sobre a personalidade de Malick, seu modo de fazer e pensar o cinema.
Antes de mais nada, o espectador para entender qualquer obra assim como nós do Cinema Detalhado temos que pensar e analisar que tipo de produto estamos comprando. A Árvore da Vida não é um filme; definitivamente. Ele não se preocupa em contar uma história linear e organizada sobre nada, se é isto que vocês estavam esperando melhor ir atrás de outra produção em cartaz. Na verdade, nos deparamos na sala de cinema com uma obra, tocando e tangendo tudo que tem a ver com a arte. Afinal; cinema acima de tudo é uma arte.
A obra aproxima o foco na relação entre pai (Brad Pitt - Bastardos Inglórios, Clube da Luta, Seven - Os Sete Crimes Capitais) e filho (Sean Penn - Jogo de Poder, Sobre Meninos e Lobos) de uma família comum, e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão. Por isso também percebemos a tela tão próxima, somos invasores dessa relação. O resultado disso é uma produção muito intimista, que trabalha a relação entre pais e filhos de forma muito densa.
As sensações ao longo da projeção são muito variadas, angústia, raiva, admiração transbordam dessa obra muito complexa. As temáticas também são um caso a parte, pois a obra aborda outras coisas por trás do longa, tocando muito a temática religiosa. Existem também reflexões sobre as ações humanas, escolhas, medos, desejos, realmente uma introspeção muito profunda da relação do homem. É um filme de arte que vai incomodar bastante a maioria da pessoas e agradar muito aqueles que gostam deste tipo de cinema.
Não será incomum pessoas sairem da sala antes do fim da projeção, mas isso nada tem a ver com a qualidade da obra e sim muito mais com as pessoas não saberem o que esperar de um "filme". A Árvore da Vida é difícil de explicar sem o espectador tentar adentrar nesta "viagem" de Malick. É uma obra extremamente bonita visualmente, com uma trilha sonora fantástica e uma das melhores edições que já ví na vida. Malick trata da vida, algo complexo, por vezes imcompreensível mas acima de tudo bela. Uma produção que vale e deve ser conferida por todos os fãs do circuito de arte.
Nota: 10,0
Trailer:
Texto de
Silvano Vianna
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8 Comente Aqui! :
Parece ser um daqueles filmes difíceis de indicar. Pelas críticas que li, fiquei curioso para conferir
Quero muuuuuuuuuuito assistir esse filme. Sou fã do diretor e sua poesia.
Também quero muito assistir, parece ser lindão.
http://cinelupinha.blogspot.com/
Vale dar uma olhada, só tendo cuidado com as coisas que falei. E saber encarar essa produção peculiar de uma maneira singular também.
Filmaço!
Bacana a crítica.
Também fiz minha crítica. Olha aqui:
http://cinelogin.wordpress.com/2011/08/15/cinema-critica-a-arvore-da-vida/
Silvano, seu comentario sobre o filme arvore da vida esta sensato equilibrado e de acordo com a trajetória do filme. Continue assim. Parabens!
To louca pra assistir!
Pela crítica, acho que é o estilo de filme que gosto.. com reflexões, boa fotografia, drama.. vou curtir!
Cuidado,só os inteligentes entendem e gostam desse filme, portanto segure o queixo e faça cara de intelectual ao assistí-lo, mas que é ruim é ruim.
Não duvido que o Silvano entenda de cinema mas olha só eu já ví um macaco pintar um quadro e depois um crítico renomado falar maravilhas dele sem saber é claro!
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