Especial Globo de Ouro: Indicados para Melhor Trilha Sonora

A Invenção de Hugo Cabret

Acostumado a explorar os recônditos sombrios da psique humana (vide Taxi Driver ou a Ilha do Medo), A Invenção de Hugo Cabret traz um Martin Scorsese diferente do habitual. Além de ser a primeira produção em que aplica a tecnologia 3D, Hugo é um filme "família" semi-histórico, contatado do ponto de vista de um pré-adolescente, duas novidades na carreira do diretor. A música do veterano Howard Shore, compositor da trilogia O Senhor dos Anéis, captura de um jeito saudoso o clima da França dos anos 1930 e conduz com beleza a história, uma carta de amor à arte de fazer cinema.

Cavalo de Guerra

É um páreo duro, concorrer com John Williams. Autor de alguns dos temas mais memoráveis da história do cinema (Tubarão, E.T. - o Extraterrestre, a série Guerra nas Estrelas), Williams está entre os favoritos do Globo de Ouro com Cavalo de Guerra, a sua enésima colaboração com Steven Spielberg. Grandiosa e épica, a música de Cavalo Guerra é uma forte candidata ao pódio do Globo de Ouro (e do Oscar, é claro).

Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres

A trilha sonora cerebral e introspectiva de A Rede Social foi a grande zebra da temporada de 2010, ganhando um Globo de Ouro e um Oscar no lugar de gente bem mais experiente (tipo Hans Zimmer, que compôs a música Batman: O Cavaleiro das Trevas e A Origem). Nada mal para Trent Reznor e Atticus Ross, vulgo Nine Inch Nails, considerando o fato que foi a primeira vez que eles compuseram para o cinema nas suas vidas. O diretor do filme, David Fincher, retomou a parceria com os dois em Os Homens que Não Amavam as Mulheres, adaptação do best-seller de Stieg Larsson. A Null Corporation, a gravadora da banda, recentemente lançou um álbum triplo com as três horas (!) de música feitas para o filme. Os críticos estão babando pelo(s) disco(s), comentando que talvez estejamos presenciando o nascimento de uma colaboração no quilo da de Hitchcock / Herrmann, Spielberg / Williams ou Burton e Elfman. Independente da boa vontade dos jornalistas, acho difícil que a dupla leve a estatueta para casa no ano que vem.

The Artist

O Artista é um filme francês centrado naquele período de transição entre o cinema mudo e o advento do som. Para uns, o fim dos tempos; para outros, uma oportunidade de ouro. O Artista têm tido uma recepção calorosa da imprensa, juntamente com a sua trilha; Ludovic Bource têm colecionado prêmios de várias associações de críticos, principalmente nos Estados Unidos. Fiquem de olho.

W.E. - O Romance do Século

No ano passado tivemos O Discurso do Rei, a emocionante história do rei Jorge VII (numa premiadíssima atuação de Colin Firth) superando a sua gagueira para liderar a Grã-Bretanha durante a Segunda Guerra Mundial. Agora é a vez de W.E. - O Romance do Século, a história do affair tórrido entre o irmão do rei, Eduardo VIII, e Wallis Simpson, a socialite americana que caiu nas graças do príncipe, a ponto dele abdicar o trono por ela. É fácil ver a conexão que Madonna, na sua estréia como diretora, sentiu com a falecida Duquesa de Windsor: uma americana divorciada, glamorosa e dominadora, que casou com um britânico (nesse caso, o diretor Guy Ritchie) e foi vilificada na imprensa por seu comportamento nada santo. A trilha sonora de Abel Korzeniowski não foi oficialmente lançada - o que explica a ausência de imagem acima - pois o filme só vai entrar nos cinemas no ano que vem. (Ele foi exibido brevemente no Festival de Veneza em setembro para ter o direito de concorrer ao Globo de Ouro).