Crítica: Histórias Cruzadas (The Help)

13 de dezembro de 2011 5 Comente Aqui!


Histórias Cruzadas, baseado no livro homônimo de Kathryn  Stockett, é mais um filme que pode aparecer no disputa pelo Oscar em 2012. O longa conta com ótimas atuações e foca o tipo de estória que o povo americano gosta de expor. A crítica especializada está apaixonada pela produção e o público também, pois este garantiu o trabalho na primeira posição, nos cinemas de lá, por pelo menos quatro semanas. O tema abordado é forte e interessante. As coisas mudaram, com certeza, mas sabemos que no fundo ainda há grande força racista no mundo e sinto que nunca é demais valorizar um trabalho que preza pelas atrocidades que os negros sofreram no passado e a luta, que até hoje, existe para que ambos se tornem "verdadeiramente" iguais.

A trama se passa em Mississipi, no começo dos anos sessenta, quando a jovem Eugenia Skeeter , diferente das mulheres de seu tempo, acaba de concluir a faculdade e cultiva o sonho de ser uma escritora. Mesmo fazendo parte do "grupinho de mulheres" mimadas da cidade, Skeeter sofre uma espécie de reavaliação da perspectiva de vida e passa a trabalhar em uma pesquisa, que necessita do apoio das mulheres negras que trabalham nas casas da famílias brancas da região e eram humilhadas constantemente. Apesar de não ser fácil num primeiro momento, a garota consegue convencer Aibileen, empregada doméstica da casa de uma amiga, a lhe ajudar. Juntas elas começam uma reflexão sobre os pensamentos da era e se fazem um questionamento muito interessante, que me marcou bastante. "Como é cuidar dos filhos brancos de outros e ver o seus filhos em casa sem ninguém para cuidar deles?". Aos poucos Skeeter vai ganhando a confiança de todas as governantas da região e passa a presenciar as queixas de todos aqueles que eram seus amigos.

A película realmente é muito boa e o elenco feminino é de dar inveja. Viola Davis (Confiar, Comer Rezar e Amar) está incrível no papel de Aibileen e teve sua indicação assegurada ao prêmio de Melhor Atriz. Octavia Spencer (Assalto em Dose Dupla, Sete Vidas) é a atriz que melhor se apresenta na trama e faz jus aos prêmios que conquistou até o momento, sendo ainda a grande favorita ao Oscar. Bryce Dallas Haward (Além da VidaEclipse) está maravilhosa no papel da megera Hilly e consegue tirar a paciência do público, que não gosta nem um pouco de suas atitudes. Jessica Chastain  (A Árvore da Vida) vai muito bem com a desorientada e excluída do grupo Celia Foote e também está sendo reconhecida pelo papel. Emma Stone (A Mentira, Amor a Toda Prova)  fecha o elenco com um atuação bastante segura.

Alguns podem até considerar o filme um pouco lento, mas as atuações fazem com o que a coisa flua num contexto muito interessante e digno. Outros podem dizer que é coisa de americano tentando se fazer de bonzinho para o mundo, mas sinceramente, quando vejo um filme como esse não procuro mensagens subliminares e simplesmente me entrego para aquilo que está sendo disposto em cena. A fotografia é muito bonita, o figurino sessentista chega a ser cômico e os penteados são no mínimo invocados. A trilha sonora é bem divertida e atraente.

Coloco este como um dos melhores filmes do ano e que se justifica as boas críticas e alvoroço que causou em solos americanos. Acho justa a indicação ao Melhor Filme, apesar de achar que não vai ser o grande vencedor.



Trailer do Filme:

5 Comente Aqui! :

  • Equipe Cinema Detalhado disse...

    Fabiana,

    Obrigado pelo comentário! a estréia está prevista para fevereiro. Como escrevemos para Blog e sabemos dos problemas de distribuição, em situações de Oscar e pelo fato de termos que ver os filmes antes da cerimônia, tivemos que apelar para algo do qual não me orgulho.

  • Fabiane Bastos disse...

    Grata pela resposta.

    Sei como é a sensação, no blog que escrevo passamos por problema parecido, a diferença é que ao invés de inéditos nossos longas são tão antigos que locadora nenhuma tem.(http://dvdsofaepipoca.blogspot.com/)

    Ah! Essa vida de Cinéfilo...

  • Carolina disse...

    Acabei de assistir e amei o filme. Emma Stone convenceu, pela primeira vez. Espero que o filme e as atrizes sejam indicadas ao Oscar, vou ficar torcendo!

 
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