Crítica: X-Men - O Filme (X-Men)

Alguns dizem que foi Blade o primeiro filme de heróis a fazer sucesso e que definitivamente fez a indústria do cinema se interessar pelas HQs, já outros como eu sabem que o divisor de águas foi X-Men. Comparar uma produção de tinha Wesley Snipes e outros atores de segundo escalão com o investimento feito na saga dos mutantes chega a ser piada. Aqui a coisa finalmente foi levada a sério com direito a presença de atores como Patrick Stewart e Ian McKellen, além de outras figuras que com o tempo fariam o seu nome em hollywood e só engrandeceriam a qualidade desta produção.

Coube a Bryan Singer um jovem diretor levar para as telas a história dos mutantes da Marvel, personagens complexos e cheios de dilemas: amigos que são inimigos, ser aceito ou abraçar aquilo que lhe faz diferente, viver isolado para sempre ou tentar finalmente encontrar um lar...entre outros tantos que marcam cada um desses personagens. Mas acima de tudo foi a sorte que machucou Dougray Scott nas filmagens de Missão Impossível 2 e deu ao desconhecido Hugh Jackman a oportunidade de sua vida. Diz a lenda que o seu teste foi a 1ª cena em que vemos Wolverine nas telas e lá Singer soube estava o seu mais novo astro.

Em um futuro próximo há pessoas que são o próximo degrau na escada evolucionária humana, os mutantes. Dotados de um fator X em sua carga genética, cada mutante desenvolve um tipo diferente de poder e muitas vezes precisam aprender a controlá-lo, pois só se manifesta na adolescência ou mesmo quando se tornam adultos. Os mutantes sofrem um grande preconceito, pois os humanos em geral não entendem os poderes deles e temem que os mutantes, por serem superiores às pessoas comuns, irão perseguir a raça humana. Do lado dos mutantes, o combate a esse preconceito não acontece de modo uniforme. Alguns mutantes, os X-Men, são liderados pelo Professor Xavier (Patrick Stewart), um telepata, e pretendem vencer o preconceito por meios pacíficos, convencendo o público de que humanos e mutantes podem conviver em paz. No entanto a Irmandade dos Mutantes, comandada pelo temível Magneto (Ian McKellen), que pode alterar e modificar a estrutura dos metais, declarou guerra aos humanos, pois está cansado de tanta perseguição e humilhação.

O ódio e o medo que os humanos sentem pelos mutantes está à beira do fanatismo, principalmente por causa de uma campanha antimutantes liderada pelo senador Robert Kelly (Bruce Davison). Particularmente dois mutantes serão envolvidos nesta luta: o primeiro é Wolverine (Hugh Jackman) que, dotado de incrível força, não lembra do seu passado; e o segundo é Vampira (Anna Paquim), uma jovem que absorve toda a força vital de qualquer pessoa que ela toque, sendo que se o contato for um pouco prolongado esta pessoa morrerá. Estes dois mutantes são disputados pela Irmandade dos Mutantes e pelos X-Men, pois cada facção quer fortalecer seu lado. A diferença é que Xavier quer os mutantes para também ajudá-los a compreender e controlar seus poderes, enquanto Magneto precisa dos dois, Vampira em especial, para levar a cabo o plano de atingir os líderes mundiais, que pretendem decidir o futuro dos mutantes na Ilha de Ellis, Nova York.

O que faz os X-Men tão legal nos quadrinhos é o que marcou o 1° filme, personagens que querem encontrar um sentido para sí, como todos nós. As motivações estão presentes assim como a ação, mas nenhuma sobrepõe a outra, existe razão no confronto. Mas acima de tudo, os atores que deram vida a estes personagens nas telas mostraram uma sensibilidade tremenda em especial o trio Stewart (Professor Xavier), McKellen (Magneto) e Jackman (Wolverine) que conquistaram até os fãs mais radicais. Se X-Men Primeira Classe esta sendo um sucesso muito disso se deve a este filme que abriu de vez as portas de hollywood para o domínio mutante que se seguiu. Foi um verdadeiro divisor de águas que criou um modelo a ser seguido; um filme de heróis vindo dos quadrinhos tem que ter ação, mas sem esquecer de trabalhar os seus personagens, suas motivações e principalmente a sua humanidade.

Nota: 9,0


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