Crítica: Tropa de Elite 2

9 de outubro de 2010 2 Comente Aqui!

Depois de algum tempo de espera chega as telas a continuação mais aguardada dos ultimos anos do cinema nacional. Tropa de Elite 2 que mantém a mesma direção e boa parte do elenco de sucesso do 1º longa, tentaria superar as expectativas além de inovar na formula de abordar de seu antecessor, um dos maiores sucessos do século XXI. José Padilha conta novamente com o talento exuberante de Wagner Moura, uma equipe técnica de grande qualidade, além de um grupo de atores competentes que dão solidez a uma obra mais ousada e contundente.

Em Tropa de Elite 2, O Capitão Nascimento (Wagner Moura) está mais velho, com um filho e divorciado de Roseane (Maria Ribeiro), que se casou com um político (João Miguel) ativista humanitário. O filme começa dez anos depois do primeiro e agora seu personagem se envolve com outro nível de combate às organizações criminosas, confrontando não somente os traficantes, mas as milícias de policiais corruptos.

Agora. ao bater de frente com o sistema que domina o Rio de Janeiro, ele descobre que o problema é muito maior do que imaginava. E não é só. Ele precisa equilibrar o desafio de pacificar uma cidade ocupada pelo crime com as constantes preocupações com o filho adolescente. Quando o universo pessoal e o profissional de Nascimento se encontram, o resultado é explosivo. Passaram-se 15 anos desde que o personagem Nascimento deixou de subir os morros para combater o tráfico de drogas. A batalha agora envolve política nacional de segurança pública.

A sequência portanrto quer buscar a origem da violência e dos problemas urbanos que, ao contrário do primeiro "Tropa", ficou concentrada na briga entre bandido e ladrão, tendo como plano de fundo as favelas do Rio de Janeiro. O novo filme deixa de apontar o dedo na cara do playboy e dizer que é a maconha que ele compra que financia e mata gente no morro. O alvo da vez são os políticos e demais corruptos, que se beneficiam de toda e qualquer situação para ganhar sempre mais dinheiro e poder.

Assim como o BOPE, Padilha não poupa seus personagens e quem tiver que morrer para dar realismo à trama, não vai durar muito tempo na tela. Tropa 2 continua violento, continua polêmico, continua pingando limão na ferida. Outra frente narrativa são os conflitos e problemas pessoais do coronel Nascimento, que humanizam o personagem e dão um contraponto à sua força. Mais uma vez, ele enfrenta muito mais dificuldades para conduzir conflitos em casa do que aqueles que tem nas ruas.

Os atores André Ramiro (Matias) , André Mattos (Fortunato) e Sandro Rocha (Russo) adicionam dramaticidade e dão qualidade a trama com boas atuações, mas cabe ao Capitão Fábio (Millhen Cortaz) algumas das pérolas cômicas do filme que desde já são candidatas a novos bordões, como "Cada cachorro que lamba a sua caceta", "Quer me foder, me beija" e "Tá de pombagirice?!" Desta maneira a diversão do povão está garantida e para aqueles que quiserem ainda poderão levar para casa alguns pensamentos sobre a atual situação política brasileira.

Tropa de Elite 2 tem todos os ingredientes que fizeram o sucesso do primeiro longa, mas é mais sólido, ainda mais contundente e maduro. É uma obra para ser vista e revista que serve tanto para entreter, quanto para fazer pensar e desde já candidato a filme do ano.

Nota: 10

Trailer:

2 Comente Aqui! :

  • juli disse...

    Confesso que estava com uma enorme expectativa para conferir o Tropa 2. O primeiro filme foi muito bom, e eu esperava que o 2º se igualasse em qualidade. Só que ontem fui surpreendida no cinema... Tropa 2 conseguiu ser melhor que o primeiro! Wagner Moura e grande parte do elenco estão fenomenais! Tem drama, tem ação, tem comédia, tem suspense, tem política... tem TUDO!
    Nota 10 mais que merecida!

  • Tiago Britto disse...

    Tava fazendo hora em Sampa para voltar para ssa e parei para assistir este filme. Simplesmente sensacional e ainda passa aquela sensação de que ainda podemos ter um país com pessoas que lutem de verdade por ele. Nascimento e Fraga deveriam servir de exemplo para as pessoas que estão vivendo este momento em que o filme relata. A cena do deputado sendo espancado é forte, mas passa uma enorme sensação de alívio. E concordo com tudo que Nascimento afirma ao dizer "Bandido bom é bandido morto". Sou radical com isso e para mim Bandido e quem mata não são pessoas. São bichos que merecem ser punidos.

 
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