Crítica: Confiar (Trust)

A transição de ator para diretor sempre é complicada, David Schwimmer esta nesta fase da carreira se aventurando por trás das câmeras. Maratona do Amor marcou o primeiro filme dirigido pelo diretor, uma comédia; um produto que o ator conhece muito bem desde os seus tempos como Ross no seriado Friends. Mas em Confiar, filme que estréia essa semana nos cinemas nacionais ele arrisca um drama; mandando muito bem por sinal.

A presença de Clive Owen (Os Garotos Estão de Volta, O Plano Perfeito) e Catherine Keener (Percy Jackson e o Ladrão de Raios, O Solista) adiciona bastante talento ao filme, principalmente porque Schwimmer soube aproveita-los bem. A jovem Liana Liberato também com uma atuação muito segura ajuda a construir este filme que procura fugir do lugar comum. Outro fator positivo foi que a tradução do nome do filme que mesmo em português se conecta com a idéia central do longa, que é a confiança.

No filme Will(Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener) resolvem presentear sua filha Annie (Liana Liberato) com um computador. O casal está convencido de que havia criado seus três filhos em um ambiente aberto e saudável e que já poderia confiar em sua filha Annie uma jovem de 14 anos. Atrás do computador ela conhece um garoto em um bate-papo na internet, e logo se apaixona por ele. O problema é que, na verdade, o garoto é um homem muito mais velho, que a atrai para um encontro e se aproveita sexualmente.

Parte do resultado positivo do filme é o roteiro que conta também com as mãos de Schwimmer; juntamente com Andy Bellin e Robert Festinger ele nos entrega um filme sobre estupro que foca na relação das pessoas. A idéia não é apenas ficar supervalorizando o ato; além disso ele consegue conectar o espectador com a dor dessa família e torna-la real. Ponto positivo também por este projeto conseguir tratar de forma madura a situação de uma garota que ainda se descobre e como isso a torna vulnerável.

Confiar trata de um tema bem duro de uma forma bem interessante, trabalha as questões familiares e os limites possíveis após um acontecimento traumático. As atuações são bem seguras e junto com um roteiro que explora os personagens além do óbvio Schwimmer nos brinda com um drama bem real. Um filme que deve ser visto pelos fãs de dramas que abordam temas mais densos, um ótimo começo nessa breve caminhada de Schwimmer como diretor.

Nota: 8,8


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