Crítica: O Escritor Fantasma (The Ghost Writer)

17 de outubro de 2010 2 Comente Aqui!
Roman Polanski, por si só, já é uma figura bastante polêmica em função do seu constante envolvimento em escândalos relacionados com acusações de abuso sexual. Fora isso, ele é um dos grandes diretores do cinema atual, sabendo trabalhar um filme como poucos. A união de sua genialidade por trás das câmeras, com um elenco que conta com o eterno 007 Pierce Brosnan e com o talentosíssimo Ewan McGregor prenunciavam que O Escritor Fantasma seria um bom filme, ledo engano.

No filme, um escritor-fantasma britânico de sucesso concorda em concluir as memórias do ex-primeiro-ministro britânico Adam Lang, depois que seu agente lhe assegura que é seria oportunidade de uma vida. No entanto, o projeto parece condenado ao fracasso desde o início, isso porque o seu antecessor no projeto, um assessor de Lang de longa data, morreu em um infeliz e misterioso acidente. Ressonante com temas da atualidade, este atmosférico e político suspense é uma história de enganos e traição em todos os níveis – sexual, político e literário. Em um mundo em que nada e ninguém são o que parecem ser, O Escritor Fantasma logo descobre que o conhecimento sobre o passado pode ser fatal – e que a história é decidida por quem permanece vivo para contá-la.

Infelizmente o filme se transforma num amontoado de clichês, não que eu seja totalmente contra eles, quando bem usados são uma boa forma de contar uma história e sinceramente acho que não foi o caso. O ritmo é bem arrastado, e confesso que já ví bons filmes nesse ano com um ritmo mais lento, o problema é que definitivamente a história não cativa e o protagonista não convence. Como drama o filme é bem abaixo da média e como thriller não chega nem perto de provocar solavancos na platéia, pelo contrário ele dá muito sono.

Mesmo com um personagem ruim, Ewan McGregor tenta ajudar e acaba sendo um fiel na balança para melhorar um pouco a média geral do filme. Por outro lado, os confrontos dele com Pierce Brosnan, que deveriam ser o ponto alto da trama, foram bem limitados; fato que por si só já reduz invariavelmente a dramaticidade do filme. Para mim foi um desperdício os dois terem sido chamados, porque se a intenção era usar o talento dos dois contracenando juntos, isso com certeza não foi bem aproveitado!

A parte técnica da película é boa, principalmente a fotografia e a trilha, que acompanha o ritmo do filme. Só que falta o fator humano, não se parece nem um pouco com um bom projeto de Roman Polanski e isso decepciona. De um modo geral é um roteiro com potencial que poderia gerar uma boa história, mas se apresenta um pouco cansativo, sonolento e insosso. Um desperdício de dinheiro e de tempo para os que dele participaram e para aqueles que se arriscarem a assistir. 

Nota: 4,5

Trailer:

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