Quem acompanha o nosso blog já sabe um pouco da história por trás deste documentário fabuloso feito com muito carinho por Henrique Dantas. O diretor baiano ganhou alguns prêmios com este seu trabalho e teve o seu filme também premiado no In-Edit Brasil 2011. Ele fez a abertura deste evento em Salvador e na ocasião nos concedeu uma entrevista que vocês podem conferir clickando aqui. Infelizmente neste dia a lotação da sala estava muito acima do esperado e não conseguimos conferir o resultado final deste belo projeto que também levou o Prêmio Especial do Júri e Prêmio do Júri Popular no Festival de Brasília 2009.
Demorou um pouco, mas após a sua passagem pelos cinemas "comerciais" fui conferir este filme com boas expectativas. Confesso que eu sabia muito pouco dos Novos Bianos, ao menos do que foi mostrado no documentário. A produção foi muito bem feita e presta homanagem não só aos musicos da banda, mas uma parcela do nosso cinema também; mesclando imagens inéditas, filmes antigos e depoimentos muito sinceros.
O filme traça um rico panorama da Música Popular Brasileira dos anos 60 e 70, através do revolucionário e inovador grupo musical Novos Baianos. Particularmente, trata da influência de João Gilberto sobre os rumos musicais do grupo. Temas como contracultura, carnaval do Brasil, cinema, tropicalismo, ditadura militar, dentre outros, circulam em torno das vivências do grupo, trazendo importantes reflexões para a compreensão da cultura contemporânea no Brasil.
Ao contrário de algumas produções documentais mais atuais como Ao Sul da Fronteira de Oliver Stone ou os filmes de Michael Moore; Henrique Dantas não se interessa em mostrar-se nas câmeras, o foco principal são os entrevistados. Por essa mesma razão temos uma câmera mais próxima deles, dando um carácter mais intimista a essa produção. A parte técnica é um primor, com a edição entrando em sintonia com a trilha sonora e dando ao documentário uma sensação de continuidade serena.
O resultado final é um belo trabalho documental que fala muito da história do Brasil e registra um movimento único da música nacional. As entrevistas são todas conectadas, ajudam a entendermos e a adentrar um pouco na realidade dessas pessoas. Particularmente me diverti muito com as passagens de Tom Zé que possuí uma fala impar, um misto de lirismo com um jeito maluco beleza de ser. Recomendo o filme para todos os públicos, jovens, idosos, homens e mulheres; cinema nacional de muita qualidade que vale ser visto e deveria ser mais prestigiado.
Nota: 9,7
Trailer:
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