Crítica: As Crônicas de Narnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada

Chegou esta semana aos cinemas o terceiro filme da franquia baseada nas obras literárias escritas por C. S. Lewis. Nesta nova aventura os responsáveis pela obra tinham a missão de tirar de cena dois personagens importantes, Pedro e Susana, e colocarem em seu lugar o primo Eustáquio. Isto foi algo que sempre me preocupou, pois quem conhece a história sabe que Nárnia é um lugar para crianças e aqueles que envelhecem não são mais aptos a retornar, o que pode causar um menor apego dos fãs aos personagens, já que eles também viram passado. No próximo filme, por exemplo, não haverá mais Edmundo e nem Lúcia.

O trabalho de inclusão de um novo personagem foi muito bem realizado e Eustáquio, muito bem interpretado por Will Pouter, consegue logo cativar o público, que ao menos em minha sessão de cinema, se divertia horrores com suas tiradas cômicas e admirava suas reviravoltas na trama. Digamos que dos 5 atores crianças que estiveram nos filmes, ele sem sombra de dúvidas é o que desponta como o que terá futuro mais promissor.

Nesta nova aventura, ele e seus primos Edmundo e Lúcia estão diante de um quadro de um barco em alto mar, quando percebem que água começa a jorrar da pintura e pouco a pouco vai alagando o quarto. Como num passe de mágica ao chegar a superfície os três se encontram no fantástico mundo de Nárnia. Chegando neste reino, eles encontram a figura do Principe Cáspian, que veleja no Peregrino da Alvorada em tempos, e juntos vão em busca das espadas dos Sete Lordes de Telmar, que deverão ser colocadas sob a mesa de Aslan.

Não foi muito difícil perceber a mudança que ocorreu na forma de desenvolver o filme, que apesar de ainda ter lições de moral para crianças e até forçada, se mostrou um filme mais maduro, uma aventura mais completa e um roteiro com menos brechas. A aventura em si disposta no livro também é mais interessante que as outras e esta melhoria atrelada a boa direção de Michael Apted fazem deste o melhor filme, até então, da saga.

O filme se mantém em um ritmo bom, passa rápido e trabalha de forma muito boa as angustias dos personagens em meio a aventuras tão perigosas. A fotografia do filme está muito bonita e cenas maravilhosas são apresentadas ao público, efeito visuais maravilhosos são apresentados e além de tudo ficou mais evidente aquele humor sarcástico que só o povo da terra da Rainha pode entender.

Já disse anteriormente, mas quero terminar informando que está é uma saga mais direcionada ao público infantil, ao contrário de Harry Potter, que vai envelhecendo e enfrentando problemas mais maduros, Nárnia não permite envelhecimentos e por isso as vezes seja mas bobo que os demais filmes do mesmo ramo. Entrar na sessão querendo ver aventura, se divertir com ratos falantes é o espírito de quem verá uma grande aventura e irá se divertir.

A prova que gostei deste novo filme e que já tenho o volume único da obra aqui em casa faz tanto tempo e agora decidi que vou me arriscar a ler.

Nota: 8,0

Trailer do Filme: