Crítica: O Grande Chefe (Direkøtren for det hele)
O tempo anda muito ruim em Salvador, além disso as estréias das ultimas semanas foram bem mornas o que me levou a procurar algo interessante na locadora. Fiquei impressionado pois além de cheia as pratelheiras com lançamentos estavam completamente vazias, por indicação de um atendente resolvi dar um chance ao filme O Grande Chefe dirigido pelo incompreendido Lars von Trier. O diretor é conhecido por fazer produções niilista que ficam muito vagas e sem sentido para a maioria do público, mas que são sucesso garantido para aqueles que gostam de quebras no padrão de fazer filmes hoje em dia.
Na história, para evitar o ódio de seus funcionários ao tomar medidas impopulares em sua empresa de informática, o inescrupuloso Ravn (Peter Gantzler) inventa um superior, que lhe daria ordens por telefone, dos EUA. Porém, quando ele decide fazer um negócio com um empresário islandês, precisa de alguém que finja ser o suposto dono do local. Ravn, então, contrata o ator Kristoffer (Jens Albinus) para ser O Grande Chefe . Sem receber maiores informações, o ator deveria apenas assinar os papéis de venda, mas nem tudo sai como o planejado.
A idéia é bem interessante mas Trier não se contenta com isso e já desde o início do filme mostra que vem questionar alguns critérios sobre como se fazer filme. Ele fala como diretor em alguns momentos, em outros utiliza os próprios atores para discutirem em plena tela o modo de construção de um filme, sempre muito cínico. As tomadas de câmeras, o enquadramento e o modo como o som é captado foram escolhidas por um programa de computador o que muitas vezes deixa a câmera cortar um rosto entre outras coisas bem bisonhas.
A sua maneira Trier vem questionar a própria forma de se criar um filme, ao tirar elementos humanos e as vezes não tão valorizados de seus filmes como um equipe de produção, ou um cenário ele mostra dentro do seu niilismo justamente o contrário, ele vem reforçar a importância destes aspectos. O filme é feito justamente para incomodar com a sua produção propositadamente mal acabada mostra que devemos nos preocupar com o conteúdo também e não julgar um livro apenas pela sua capa. Os filmes de Trier são assim estranhos para a maioria porque saem de uma embalagem comum de produzir cinema e questiona o modo como olhamos esta arte, coisa que poucos conseguem hoje em dia.
Recomendo para aqueles que já tenham tido um contato com a sua obra, os fãs de produções niilistas e de filmes mais alternativos vão adorar. Aos que gostam de filmes mais pipoca e dentro do padrão Holywood de qualidade acho difícil absorver e ter paciência para gostar de um filme tão estranho como são as produções de Trier, mas não custa arriscar, pode ser um bom começo para se adentrar nesse mundo novo de cinema mais fora do padrão.
Nota: 8,7
Trailer:
Texto de
Silvano Vianna
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8 Comente Aqui! :
Assisti o filme, e confesso que não consegui alcançar a mensagem que o Diretor quis transmitir. O início é monótono e confuso, o que me fez ficar com muito sono... talvez isso tenha dificultado a observação dos detalhes, das mensagens deixadas nas entrelinhas.
A leitura dessa crítica me instigou a assitir o filme mais uma vez, e quem sabe apurar um pouco mais a minha visão cinematográfica... Obrigada CINEMADETALHADO :)
Juli...é quem eu to pensando? eiuheuihee
quem vc tá pensando??? "eiuheuihee"
Juliana - Próxima sra. Vianna?
KKKKKKKKKKKKK
Bem... coincudência ou não, eu já tenho Viana no meu nome :)
Sou eu sim Britto, a namorada de Silvano. O que achou do eu comentário??? Comentei a sua crítica de Eclipse tb...
gostei gostei! seu namorado está aqui no msn falando mau da história...chama umas amigas e vai ver...pode ser que voce goste =)
É... vou pensar com bastante carinho. Como estou de férias, tenho tempo p esbanjar :)
É acho que por já conhecer a obra de Trier isso me ajudou e compreender a obra. Mas é normal, quem sabe em um outro momento essas coisas não se tornem mais claras, tente mesmo.
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