Crítica: Akira

Akira é um grande marco no cinema oriental de um modo geral, depois dele o ocidente e em especial os americanos passaram a olhar para as produções de olhos puxados de outra maneira. O filme é uma adaptação ao cinema do mangá de mesmo nome e dirigido pelo autor Katsuhiro Ôtomo, que mudou algumas partes da história mas manteve a mesma qualidade da produção. Para sua época foi uma grande produção,  o lançamento no Japão aconteceu no dia 16 de Julho de 1988, exatamente o mesmo em que Tokyo é destruída no filme.

A história desenrola-se em Neo-Tóquio, uma cidade de Tóquio reconstruida (sobre o que é hoje a Baía de Tóquio) depois de ter sido destruída na III Guerra Mundial. Kaneda é o líder de uma das inúmeras gangues de motoqueiros da cidade. Durante um confronto com rivais o membro mais novo do gang de Kaneda, Tetsuo, colide numa auto-estrada com uma criança misteriosa que havia escapado do programa de investigação psíquica secreta do governo. Tetsuo é depois levado pelos responsáveis deste programa governamental juntamente com a criança, e é sujeito às mais diversas experiências.

Akira, gira em torno da ideia básica de indivíduos com poderes sobre-humanos, em particular as capacidades psicocinéticas, mas grande parte da história não se concentra apenas nestas capacidades, mas sobretudo nas pessoas envolvidas, problemas sociais e políticos. O comentário social não é particularmente profundo ou filosófico, mas sobretudo um olhar crítico sobre a alienação da juventude, a ineficiência e corrupção do governo, e um sistema militarizado, desagradado com os compromissos da sociedade moderna.

A trilha sonora do filme, a qualidade dos traços de Ôtomo e um roteiro bem inovador para uma animação tocando temas relacionados a problemas sociais e políticos conquistou a crítica e o público da época. Mesmo sendo voltada para um mercado mais adulto, por ter cenas mais violentas e envolver questões mais densas o filme foi um sucesso na época elevando-o ao status de cult. Ainda hoje quando posso revejo essa animação que é fantástica e deve ganhar em breve uma versão em live action americanizada. Recomendo assistirem o original antes que o remake yankee acabe com a vontade de conferir esse filmaço.


Nota: 10


Trailer: