Crítica: Dawson, Isla 10

2 de agosto de 2010 1 Comente Aqui!

No Sábado fui assistir com minha namorada ao filme Dawson, Isla 10 uma co-produção entre Chile, Brasil e Bolívia que retrata um dos episódios mais tristes da história sul-americana a ditadura Chilena e seus campos de concentração. O filme foi dirigido por Miguel Littin que chegou a fazer um documentário não autorizado sobre a ditadura chilena enquanto os militares ainda estavam no poder, um ato de coragem impressionante. O palco foi o TCA (Teatro Castro Alves) no encerramento do VI SemCine (Seminário Internacional de Cinema) com direito a belas palavras do diretor e dos atores brasileiros Caco Monteiro e Bertrand Duarte.

O filme se concentra em retratar as vidas dos prisioneiros que foram para a Ilha Dawson que viveram nesse tempo e como as coisas repercutiam em seu país. A obra é baseada nos escritos de Sergio Bitar um dos sobreviventes que ficou preso no local por ser próximo ao ex-presidente Salvador Allende. Este campo de concentração de prisioneiros políticos foi desenhado por um ex-criminoso de guerra nazista chamado Walter Rauff, e constitui um dos símbolos chilenos mais vivos da repressão movida pelo regime militar que se instalou no país.

Acima de tudo, é um filme de homens em tempos de golpes militares, tratados como estrangeiros porque defendem um socialismo ou um marxismo muito ligado à União Soviética. Construído com tons pálidos ecom uma câmara de mão que não se afasta muito dos presos, muitas vezes lembrando um documentário. Infelizmente para “Dawson Isla 10” falta uma pungência dramática maior, e um menor academismo quando aborda as ideologias políticas em cena. Por isso, as vezes fica as sensação do filme ser distante dos sentimentos dos presos e dos soldados.

A produção é muito boa, a fotografia é excelente assim como a trilha que dita um ritimo melancólico e depressivo que marca a sensação dos presos no cárcere. Os brasileiros vão muito bem especialmente Bertrand que vive um papel de destaque. Seria ainda mais interessante se mostra-se um contraste da vida dos prisioneiros antes e após o golpe aliando com a sua estadia em Dawson. Infelizmente isso não acontece e algumas coisas ficam vagas e superficiais em alguns momentos. 

Ainda assim o filme é acima da média e serve como um bom documento sobre um dos momentos mais importantes de nossa história, o episódio das ditaduras não parece tão distante quando observamos as realidades de Venezuela e Bolívia e nunca é demais aprender novamente sobre os nossos próprios erros.

Nota: 7,5

Trailer:

1 Comente Aqui! :

  • juli disse...

    Não sei se considero "o filme" acima da média... o diretor é acima de todas as médias, o elenco é muito bom, a fotografia e a trilha excelentes... fora isso apenas alguns cenas geniais e o resto muito normal e sem o apelo dramático necessário.
    Talvez as minhas impressões estejam contaminadas pela minha decepção. Crie uma expectativa muito grande em relação ao filme, e ele ficou muito aquem do que eu havia idealizado

 
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