A trama, que se passa em 1863, quando a protagonista tinha 33 anos, gira em torno de um grande amor que Lewly, pseudônimo que Adèle usa como disfarce, sente pelo tenente inglês Albert Pinson. A vontade de estar junto com sua paixão era tanta que ela chega a viajar da França até o Canadá para conquistá-lo. No entanto, o que ela não previa era que este amor não seria correspondido. Sua cegueira, no entanto, era tamanha que beirava a uma obsessão, tornando-a capaz de ir até o "fim do mundo" pelo tenente. Contudo, o máximo que ela conseguiu foi parar em um manicômio, quando a loucura, enfim, lhe consumiu.
A direção de François Truffaut é magnífica e trabalha com mínimos detalhes. Por mais que alguns possam considerar que o longa seja um pouco arrastado, considero o seu desenvolvimento muito importante e rico, pois demonstra o zelo que o diretor possuía com seus trabalhos. A fotografia é tão maravilhosa que temos, durante todo o tempo, a sensação de que estamos diante de um quadro em exposição no museu de Louvre. A direção de arte merece todo o destaque, pois a composição dos cenários e figurinos beiram a perfeição.
A atriz Isabelle Adjani é outro ponto chave da produção. A jovem, que na época tinha apenas 19 anos, encantou a todos e tomou o filme para si. Seu trabalho é esplêndido, magnífico e sublime, merecendo a sua indicação ao Oscar, embora o prêmio naquele ano seria ganho por Louise Fletcher, de Um Estranho no Ninho. A grande verdade é que as indicações ao Prêmio César e a vitória do Prêmio David di Donatello devem-se muito ao desempenho da atriz.
Este é um clássico, estimulando a conhecer um pouco mais a carreira de Truffaut e que merece ser assistido por todos os adoradores da sétima arte. Além de ser a oportunidade de conferir um trabalho excelente, poderão ver a fundo uma história verídica de uma mulher que literalmente enlouqueceu por conta de um grande amor. Talvez hoje esse seja um tema saturado, mas afirmo que jamais poderá ser esquecido.
Trailer do Filme:
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