Crítica de Livro: HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN

29 de agosto de 2011 1 Comente Aqui!

Texto : Rodrigo Costa


            Mais uma vez, foi necessário apenas intervalo de um ano para que Joanne Kathleen Rowling voltasse às livrarias com mais um livro sobre Harry Potter e sua infindável luta contra os poderes das Trevas. Àquela altura, os dois primeiros livros já haviam difundido o talento da escritora britânica pelo norte europeu e Estados Unidos. Nessas regiões, a espera e a expectativa pelo ‘Prisioneiro de Azkaban’ eram grandes e para surpresa dos céticos literários, que não acreditavam na vida longa de uma série infanto-juvenil sobre um garoto aparentemente sem graça, com uma varinha na mão e uma cicatriz na testa, Rowling não apenas não decepciona como nos dá o – de longe! - melhor livro da série até então.

            O terceiro livro da autora continua a história de Harry nos apresentando um novo e misterioso personagem, em torno de quem este livro girará – Sirius Black. Suposto partidário de Voldemort, Black passou 12 anos em Azkaban (a superprotegida prisão dos bruxos) por assassinato em massa de trouxas. Agora, tornou-se o primeiro bruxo a conseguir fugir do presídio. E, pelo que dizem, atrás de Harry Potter. Novamente, temos a sensação de que ondas de insegurança, mistério e medo invadem o castelo da escola, ainda assim de maneira nova e instigan Não é o acaso que determina a preferência de inúmeros fãs, ainda hoje, do terceiro livro da série. A história é provavelmente uma das mais bem amarradas em suas tramas paralelas e o livro em que deixamos de imaginar um mundo mágico para de fato viver a magia, o que é possível e notável em passagens simples, do dia-a-dia dos adolescentes em Hogwarts, visível na incorporação de novas criaturas à história (destaque ao hipogrifo mal-criado, Bicuço, e aos assustadores dementedores – guardas de Azkaban), e na expansão de conceitos já conhecidos nos livros anteriores como lobisomens e animagos.

            Agora sentimos também a tensão dos hormônios da adolescência tomar forma e ganhar um espaço mais do que necessário nas páginas que compõem a obra. Com isso, o talento da autora em imprimir aspectos psicológicos e emocionais em seus personagens se faz evidente. E, por conseqüência, temos o seu principal diferencial em relação a outros escritores do gênero em destaque. E essa é, de todas, a maior qualidade do livro em relação aos dois primeiros. Fica claro que a série Harry Potter se propõe a discutir seus personagens e suas respectivas histórias, utilizando a magia como instrumento para tal, e não o contrário (que acontece na maior parte dos casos). Há uma passagem do livro particularmente especial, em que Harry aprende com o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remo Lupin, a conjurar um patrono, magia que tem como propósito afastar os tenebrosos dementadores. Para tal, o bruxo deve ter em mente a sua memória mais feliz, e fazer com que essa lembrança seja mais forte que toda a angústia ou tristeza que alguém pode sentir. Harry pensa em seus pais, que o deixaram tão cedo. Esse seria o exemplo perfeito de que magia e sentimento, nas histórias de Harry Potter, não são independentes, nem mesmo parecidos – são a mesma coisa. E, repito, é o que dá real valor a essa série. É a cereja em cima do bolo, que só Rowling foi capaz de fazer com tal maestria até hoje.

            Assim como a maior parte daqueles que já leram o terceiro livro da série, sendo fã ou não das histórias, sou obrigado a fazer uma análise positiva do “Prisioneiro de Azkaban”. Não que a história não tenha seus defeitos e alguns pontos baixos, em que a leitura pode tornar-se cansativa (especialmente para as crianças acostumados com os dois primeiros livros, menores e mais enxutos que esse), mas, tendo o conhecimento atual da série, sabemos que uma expansão na descrição de detalhes e diálogos, além de inclusão de mais passagens cotidianas à história eram só preparações de terreno para as centenas e centenas de páginas que viriam nos livros seguintes da série, sendo, portanto, indispensáveis para a manutenção do crescente público.

            PONTOS ALTOS:
            “O Patrono”; “O Beijo do Dementador”; “O Segredo de Hermione”.

            NOTA: 8,5

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