Crítica de Livro: Harry Potter e a Câmara Secreta

22 de agosto de 2011 1 Comente Aqui!
Texto: Rodrigo Costa

Um ano após o inesperado sucesso de “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, J.K. Rowling publica o segundo livro da série - “A Câmara Secreta”.

Harry, agora com doze anos de idade, retorna à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para mais um ano de ensino bruxo. Mas não sem incidentes – primeiramente é visitado por um elfo doméstico que o implora para que não retorne ao castelo, perde o trem na plataforna 9 e ¾, é obrigado então a voar até a escola num Ford Anglia reformado pelo Weasley pai e pousa, juntamente com seu inseparável companheiro Rony Weasley, num Salgueiro Lutador que os tenta matar. Temos de cara uma série de demonstrações de que essa história não será nada aquém do seu maravilhoso antecessor.

Após misteriosas pichações com sangue nas paredes do castelo, acredita-se que uma lendária câmara secreta foi aberta pelo herdeiro de Sonserina, e um monstro foi liberto com o propósito de exterminar todos os nascidos trouxas frequentadores da escola. Harry e seus amigos partem então em uma busca por mais informações sobre a localização da suposta câmara, almejando pôr fim nos cada vez mais constantes ataques a alunos.

Mais uma vez, os ingredientes mistério e ação são utilizados com propriedade pela autora, que se firma como uma extremamente criativa escritora de best-sellers, além de se livrar do rótulo que assombra todos os literatos donos de alguma obra bem sucedida: o de “autor de apenas um sucesso”. Tratando-se de literatura infanto-juvenil, especialmente de uma série de livros de pelo menos trezentas páginas cada, é difícil um autor se manter no topo dos mais vendidos por tanto tempo.

Mas “A Câmara Secreta” merece o reconhecimento que teve: os personagens, feitiços e lugares a que fomos apresentados em “A Pedra Filosofal” ganham forma e se firmam no imaginário daqueles que se propõem a continuar acompanhando Harry em sua luta contra o mal – sim, pois o caráter maniqueísta presente no primeiro livro aqui se faz ainda mais presente.

O mais impressionante sobre o segundo livro de Potter é que apesar de não estarmos mais sendo introduzidos a um universo novo e mágico, e sim o reencontrando, o elemento surpresa continua presente em cada página do livro, que acaba inevitavelmente fisgando mais uma vez o leitor devido à incrível capacidade criativa de Rowling. E o fato do segundo livro ter sido quase ou tão bom quando o primeiro foi fundamental para o sucesso posterior da série – era um ponto crucial para a continuação da febre Potter. E J.K. conseguiu.

            Vale destacar o notável amadurecimento do personagem principal que, apesar de estar apenas um ano mais velho que no primeiro livro, prova-se muito mais consciente e menos ingênuo em relação ao universo ao seu redor. Amadurecimento, diga-se de passagem, refletido na escrita da autora, que tem suas descrições de cenários, passagem do tempo e diálogos potencializadas numa escrita mais segura e confiante.

            O livro é em muitos pontos superior ao antecessor, porém, quando analisado em sua totalidade, não tem o valor literário, muitas vezes até sentimental, que ‘a Pedra Filosofal’ representa para o mundo. Exclusivamente por esse fato, ‘a Câmara Secreta’ fica com uns poucos décimos descontados.
           
            PONTOS ALTOS:
            “A Poção Polissuco”; “Aragogue”; “A Câmara Secreta”.

            NOTA: 7,5

1 Comente Aqui! :

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...