Crítica: Amor Por Contrato (The Joneses)
Pensei muito sobre o primeiro filme que iria assistir no ano novo. Como sou administrador e estudei os tipos de marketing, confesso que aguardava ansiosamente a estréia deste filme no Brasil e não me decepcionei com o que vi e até achei muito inovador o roteiro proposto e a crítica feita ao consumismo.
Para quem não entendeu muito bem a introdução, vale explicar que o filme aborda a vida de uma suposta família, que na realidade são funcionários contratados para influenciar os vizinhos a comprar produtos. Tudo acontece de uma forma muito simples, a cada ano essa família se instala em um noivo bairro, de classe A, faz laços de amizades com os moradores da região e passam o dia expondo produtos para eles, mostrando o quanto cada item que possuem é especial e o quanto são bem sucedidos devido aos equipamentos supostamente diferenciados. Neste novo momento para Kate, após seis "maridos", ela escolhe um novo par e este novato irá com ela em busca de status de ícones, cargo extremamente importante na empresa em que trabalham. Seus "filhos" se tornam logo os mais queridinhos da faculdade e tudo parecia se encaminhar para o caminho do sucesso, porém nem tudo são flores neste negócio.
Como já disse acima, o roteiro realmente é inovador e propões uma premissa que nunca tinha visto antes. O filme é até um pouco difícil de classificar como uma comédia romântica, pois ele transita neste âmbito de entreter, arrancar suspiros e até mesmo causando aquele velho efeito dramático que se sobressai para atingir ao público mais efetivo. O Elenco escolhido trabalha muito bem na proposta que lhe é feita.
David Duchovny, o eterno agente Molder da série Arquivo X, e Demi Moore são o casal Jones. Ben Hollingsworth e Amber Heard são os seus "filhos". A critica proposta é feita para dois lados, o primeiro deles com o pensamento da empresa, que não está interessada nas conseqüências de suas atitudes e apenas se interessa em aumentar a lucratividade, e o outro é a dominação que as pessoas permitem e terminam comprando coisas que não precisam e muito menos podem pagar. Em meio a isso destacasse também o pensamento de que mesmo vivendo uma mentira, as pessoas precisam sentir relações sinceras e laços humanos verdadeiros.
Demi Moore convence como uma falsa mãe e mais ainda como uma mulher de negócios. David Duchovny, da antiga série Arquivo X e hoje em Californication, tem uma atuação muito boa e segundo meus amigos que acompanham a nova série do ator, ele manteve uma atuação e interpretou um personagem muito similar ao que faz para a televisão. Amber Header está incrível no papel de uma vendedora ninfomaníaca e muitas vezes deixa Megam Fox para atrás. Ben Hollingsworth também cumpre bem o seu papel, mas do quarteto é o que tem menor destaque.
O filme poderia ser perfeito, mas ele acaba entrando um pouco naquele mundo clichê e a critica que inicialmente era inovadora, vai se perdendo um pouco e as coisas passam a transitar no que propõe o título traduzido para o Brasil. Alguns esquecem seus objetivos e passam a viver apenas pelo amor e com eles o filme vai se tornando exatamente o que criticava, uma proposta comercial. Nada que afete a interação do público, apenas algo que prejudica pelo fato do roteiro ter deixado a impressão de que seria sempre inovador.
Nota: 8,0
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