Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima)

9 de abril de 2010 0 Comente Aqui!

Logo depois que foi agraciado com os prêmios no Oscar 2004 com o filme Menina de Ouro o aclamado diretor Clint Eastwood resolveu escrever sobre o livro Flag of our fathers, durante a produção ele encontrou um livro com cartas do general japonês Kuribayashi para sua família. Esse livro ajudou-o a entender o outro lado da batalha e o inspirou de tal maneira que Eastwood resolveu não só fazer um, mas dois filmes sobre os acontecimentos durante a guerra assim nasceu “Cartas de Iwo Jima”.

O filme se passa em plena 2ª Guerra retratando os acontecimentos de Junho de 1944 na vida de Tadamichi Kuribayashi (Ken Watanabe), o tenente-general do exército imperial japonês, que chega na ilha de Iwo Jima. Muito respeitado por ser um hábil estrategista, Kuribayashi estudara nos Estados Unidos, onde fizera grandes amigos e conhecia o exército ocidental e sua capacidade tecnológica. Por isso o Japão colocou em suas mãos o destino de Iwo Jima, considerada a última linha defesa do país.

Ao contrário dos outros comandantes Kuribayashi moderniza o modo de agir, alterando a estratégia que era usada. Ele supervisiona a construção de uma fortaleza subterrânea, feita de túneis que davam para as suas tropas a estratégia ideal contra as forças americanas, que começam a desembarcar na ilha em 19 de fevereiro de 1945. Os japoneses sabiam que as chances de sair dali vivos eram mínimas. Enquanto isto acontece Kuribayashi e outros escrevem várias cartas, que dariam vozes e rostos para aqueles que ali estavam e o relato dos meses que antecederam a batalha e o combate propriamente dito, sobre a ótica dos japoneses.

O filme com certeza não se parece em nada com os filmes de guerras convencionais o roteiro não deixa que se cai nos clichês do gênero, a intenção não é apresentar derrotados e vencedores. A história fala do sacrifício, da coragem e da compaixão dos soldados japoneses que ali lutaram e morreram por sua pátria. Em alguns momentos a película chega a questionar em certas cenas a famosa morte honrosa defendida pelos líderes militares do Japão, um bom acerto assim como o equilíbrio alcançado por cenas na qual humaniza as duas nações envolvidas nesse conflito.

Ao longo do tempo realmente conseguimos adentrar naquele universo sufocante com qual os soldados japoneses eram obrigados a viverem durante meses, escondidos em cavernas e suportando o fedor do enxofre sempre com a angustiante ansiedade da morte cada vez mais próxima. A fotografia de Tom Stern inclui tons cinza à medida que os fatos vão ficando dramáticos, a escolha dessa cor fria provavelmente foi inspirado nas rochas da ilha e no sacrifício físico passado pelos homens.

Ken Watanabe tem uma atuação magistral no filme é auxiliado também por muitos atores japoneses jovens e desconhecidos  mas muitos expressivos causando um impacto imediato por causa da intensa interação com a história. O filme é muito bonito e intimista, tornando-o o espectador cúmplice dos acontecimentos e revelando a face humana dos soldados, um show de direção que vale ser visto e revisto inúmeras vezes. 

Nota: 10

Trailer: 

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