Resenha de Filme: Um Golpe Perfeito

27 de junho de 2013 1 Comente Aqui!

Um Golpe Perfeito é um filme que num primeiro momento assusta o espectador que busca algo diferente do convencional, mas que depois de uma lida, sobre os responsáveis pela obra, termina gerando boas impressões. O cartaz e o trailer, por exemplo, remetem a comédias sem grande conteúdo e que costumam apelar para o senso comum, porém, por outro lado, o elenco visto nas imagens é muito interessante e o fato do roteiro ter sido assinado por Joel e Ethan Coen, melhora a expectativa do espectador, que, para os que conhecem o trabalho da dupla, passa a acreditar de que esta pode ser uma película inteligente e repleta de humor negro. 

A trama gira em torno de Harry Deane, um curador de arte que pretende aplicar um golpe em seu chefe, Lionel Shahbandar.  Deane, elaborou um plano complexo que irá envolver, além da falsificação de quadros, uma mulher interiorana que irá lhe ajudar a concretizar a falcatrua. A ideia é fazer com que seu patrão compre um Monet falsificado por um quantia grande e acima do valor de mercado, afinal de contas, o quadro era um sonho de consumo de Shahbandar, que precisa dele para completar sua coleção pessoal. O problema em torno disso tudo é que, apesar de tratar de um plano meticuloso e muito bem pensado, Harry Deane sempre foi, por natureza, uma pessoa muito otimista e pode ter deixado escapar algumas variáveis. 

O começo da produção conquista o espectador e gera as expectativas positivas abordadas na introdução, porém no desenrolar do enredo a trama vai se enfraquecendo e caindo no tão temido senso comum. Isso explica o motivo dos famosos irmãos não terem realizado seu próprio texto, jogando o trabalho para Michael Hoffman, que conclui as situações de forma constrangedora e muitas vezes com um humor muito pastelão, que não gera nem mesmo um sorriso de canto de boca. É obvio que ele não tem o mesmo talento na direção.

Colin Firth (O Espião Que Sabia Demais, O Discurso do Rei) faz um bom trabalho interpretando o personagem principal, mas encontra problemas nos momentos que exigem uma veia cômica. O ator não responde muito bem nessas horas e é mais canastrão do que engraçado, o que não desvaloriza o seu bom trabalho. Alan Rickman (Alice no País das Maravilhas, Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2) é um ator majestoso e é sem dúvida o melhor do trio protagonista. Seu personagem é repugnante, mas ao mesmo tempo engraçado e cativante ao espectador. Cameron Diaz (O Que Esperar Quando Você Está EsperandoProfessora Sem Classe) é o ponto negativo e é complicado aturar o sotaque forçado que ela propõe a sua personagem caipira. Outro ponto fraco é que o sotaque é a única coisa que remete a uma personagem advinda do interior, pois todo o resto lembra mais do mesmo e parece um retrato de todos os outros personagens da atriz. 

Arrisco a dizer que se a produção se leva-se mais a sério poderia se tornar uma grande obra. Alguns momentos são completamente descartáveis e se não existissem elevariam a qualidade da película. O momento em que Harry perde as calças não consegue arrancar risos de ninguém e muito menos as conversas batidas e forçadas com pessoas orientais. São esses momentos abobados que colocam a perder toda boa construção da história, que consegue chamar a atenção quando foca na explicação do plano ou nos conflitos internos do personagem principal. 

Ao término da película fica a sensação de que, se a produção fosse realizada pelos Coen, eles teriam a sensatez de evitar alguns clichês que incomodam bastante. A obra poderia ser muito mais, mas entre erros e acertos ainda se torna um trabalho mediano, que foi, sem sobra de dúvidas, mal aproveitado. O final do filme é o que mais evidencia essa afirmação e comprova que eles tinham um material inteligente em mãos. O começo e o desfecho valem a pena, o meio, no entanto, desaprovo.


Trailer do Filme:

Ficha Técnica:
Gênero: Comédia
Direção: Michael Hoffman
Roteiro: Ethan Coen, Joel Coen
Produção: Adam Ripp, Mike Lobell, Rob Paris
Fotografia: Florian Ballhaus
Trilha Sonora: Rolfe Kent
Duração: 90 min.
Ano: 2013
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 14/06/2013 (Brasil)
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Crime Scene Pictures / Michael Lobell Productions
Classificação: 12 anos

1 Comente Aqui! :

  • Marcio Melo disse...

    Não sei se o grande problema foi a produção "não se levar a sério", poderia ser uma comédia realmente mas mais divertida né?

    É um filme fraquinho. Tem seus momentos mas fica devendo bastante.

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...