Os Bons Companheiros é uma adaptação, dirigida por Martin Scorsese, baseada no livro Wiseguy, de Nicholas Pileggi. A trama gira em torno da ascensão, no mundo do crime, de Henry Hill e seus dois parceiros, Jimmy e Tommy. Henry desde muito jovem decidiu que deveria se tornar um mafioso e um dos seus princípios básicos é que ser um gângster era melhor do que ser o presidente dos Estados Unidos. Partindo deste pensamento, Scorsese propõe ao espectador uma viagem neste universo de criminalidade e um passeio perante os anseios e desejos que motivaram o personagem principal a considerar a máfia como o melhor rumo que sua vida poderia tomar.
Os Bons Companheiros é uma obra sensacional pelo fato de prender a atenção do espectador desde sua primeira cena. O roteiro se preocupa em responder perguntas interessantes como os motivos que levam uma pessoa a se tornar um criminoso ou o que de fato ela está pensando quando toma esta decisão na vida. A montagem da película também é muito bem feita sabendo se aproveitar da passagem do tempo e trabalhando de forma interessante o desenvolvimento dos personagens, sem deixar de manter um ritmo interessante e intenso que não deixará o espectador perder o foco ou a atenção. A trilha sonora também é fantástica, sendo adaptada conforme a passagem do tempo e flutuando entre o Jazz e o punk por exemplo. Cada período que a película se enquadra conta com a música do momento atenuando as cenas e situações.
Scorsese demonstra toda a sua capacidade de direção e enriquece demais a obra com seus planos e enquadramentos que valorizam o universo que apresenta. Da forma que é transmitido realmente é possível se imaginar que o mundo dos mafiosos é repleto de glamour e totalmente deslumbrante. Como não achar interessante entrar pelas portas dos fundos de restaurantes concorridos da cidade e ainda sentar na melhor cadeira em frente ao palco? Carros luxuosos e roupas finas também complementam este universo. Scorsese ainda usa de artifícios, que hoje são bastante conferidos, mas que na época eram inovadores e marcaram a tendência. Narração em off com cenas congeladas ou movimentação em torno de uma cena que não se modifica são algumas das técnicas adotas pelo genial diretor.
No quesito de atuações dispensamos comentários a respeito do trabalho de Robert De Niro (O Lado Bom da Vida, O Poderoso Chefão - Parte 2) que é um dos maiores atores de todos os tempos e cai como uma luva no papel de mafioso. De Niro é manipulador e consegue ser carismático e cínico ao mesmo tempo. Nunca se sabe ao certo quando ele está mentindo ou falando a verdade. O que se sabe é que seu personagem é imprevisível e impiedoso. Joe Pesci (Touro Indomável), que foi agraciado com o Oscar de Melhor ator coadjuvante, entrega um personagem muito interessante, sendo cômico e amedrontador ao mesmo tempo. O ator oscila muito bem entre os momentos de tensão e de felicidade em seu trabalho e ganhou merecidamente o prêmio citado anteriormente. Ray Liotta (O Homem da Máfia, O Lugar Onde Tudo Termina) é quem decepcionou um pouco. Não considero que seu trabalho tenha sido ruim e é nítido seu esforço em cena, porém sua atuação está muito abaixo da de seus "Goodfellas". Faltou carga emotiva em determinados momentos importantes, mas nada que venha a prejudicar a obra final.
Os Bons Companheiros foi indicado à seis prêmios Oscar, incluindo o de melhor filme do ano, porém se consagrou com apenas um deles. É sem sombra de dúvidas uma das grandes obras do mundo cinematográfico e um marco para o gênero a qual faz parte. Mais um grandioso trabalho daquele que é um dos melhores diretores de todos os tempos: Martin Scorsese.
Trailer do Filme:
Ficha Técnica:
Gênero: Policial
Direção: Martin Scorsese
Roteiro: Martin Scorsese, Nicholas Pileggi
Elenco: Adam Wandt, Alyson Jones, Andrew Scudiero, Angela Pietropinto, Anthony Alessandro, Anthony Polemeni,Anthony Powers, Anthony Valentin, Beau Starr, Berlinda Tolbert, Bo Dietl, Bob Altman, Bob Golub, Catherine Scorsese, Charles Scorsese, Christopher Serrone, Chuck Low, Clem Caserta, Daniel P. Conte, Daniela Barbosa,Debi Mazar, Dino Laudicina, Dominique DeVito, Ed Deacy, Edward D. Murphy, Edward Hayes, Edward McDonald,Elaine Kagan, Elizabeth Whitcraft, Erasmus C. Alfano, Fran McGee, Frank Adonis, Frank Albanese, Frank Aquilino,Frank DiLeo, Frank Pellegrino, Frank Sivero, Frank Vincent, Gaetano Lisi, Gaetano LoGiudice, Garry Pastore, Gayle Lewis, Gene Canfield, Gina Mastrogiacomo, Gina Mattia, H. Clay Dear, Henny Youngman, Illeana Douglas, Irving Welzer, Isiah Whitlock Jr., James Quattrochi, Jamie De Roy, Janis Corsair, Jerry Vale, Jesse Kirtzman, Joanna Bennett, Joe D'Onofrio, Joe Gioco, Joe Pesci, Joel Blake, Joel Calendrillo, John "Cha Cha" Ciarcia, John Di Benedetto, John Manca, Johnny Williams, Joseph Bono, Julie Garfield, Katherine Wallach, Kevin Corrigan, Larry Silvestri, Lawrence Sacco, Lisa Dapolito, LoNardo, Lorraine Bracco, Louis Eppolito, Luke Walter, Manny Alfaro,Margaret Smith, Margaux Guerard, Margo Winkler, Marianne Leone, Marie Michaels, Mark Evan Jacobs, Melissa Prophet, Michael Calandrino, Michael Citriniti, Michael Imperioli, Michaelangelo Graziano, Mike Contessa, Mike Starr, Mikey Black, Nadine Kay, Nancy Cassaro, Nicole Burdette, Norman Barbera, Paul Herman, Paul McIsaac,Paul Mougey, Paul Sorvino, Paula Kcira, Peter Cicale, Peter Fain, Peter Hock, Peter Onorati, Philip Suriano, Ray Liotta, Richard Dioguardi, Richard Mullally, Robbie Vinton, Robert De Niro, Ronald Maccone, Ruby Gaynor, Russell Halley, Samuel L. Jackson, Spencer Bradley, Stella Keitel, Steve Forleo, Susan Varon, Suzanne Shepherd, Thomas E. Camuti, Thomas Hewson, Thomas Lowry, Tobin Bell, Tony Conforti, Tony Darrow, Tony Ellis, Tony Lip, Tony Sirico, Victor Colicchio, Vincent Gallo, Vincent Pastore, Violet Gaynor, Vito Antuofermo, Vito Balsamo, Vito Picone,Welker White
Produção: Irwin Winkler
Fotografia: Michael Ballhaus
Trilha Sonora: Arthur Altman, Pete Townshend, Robert Allen, Steve Allen
Duração: 146 min.
Ano: 1990
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estúdio: Warner Bros. Pictures
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