Nesse debate entre cinema como cultura ou como indústria, entre qualidade e bilheteria, Haneke tem sua resposta. "Um país deve refletir se quer cultura ou não. E a cultura, hoje em dia, não pode ser mantida sem subsídios. Se quiser o cinema como um produto comercial, é possível fazer como os EUA, mas então os filmes têm outro objetivo. Um cinema de massa não necessita de subsídio, mas também não é um produto cultural, mas sim econômico".
O próprio Haneke tem consciência de que seus filmes não são fáceis de serem contemplados ao colocar o público perante situações limite. "Não se trata de fazer com que o espectador deixe de olhar. Mas, às vezes, há realidades que são difíceis de suportar e, quando são mostradas de forma dura, pode ser que alguém não aguente", analisa o cineasta. Haneke afirma que "esse encontro com a verdade é sempre doloroso. "Essa é a essência do drama desde suas origens; desde a tragédia grega, o drama não trata de coisas agradáveis", diz.
Ainda falou sobre o seu último filme, "Amor", e seus vários prêmios que recebeu (mais de 30 desde sua estreia em Cannes no ano passado), Haneke explica entre risos que foi "muito gratificante", mas já é hora de "produzir algo para voltar a ganhar dinheiro". "O motivo de fazer o filme é como enfrentar um sofrimento de uma pessoa que se ama", explica.
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