Cinema Detalhado: Resenha de Filme: Invasão à Casa Branca (Olympus Has Fallen)

Os momentos de tensão estão crescentes entre o ocidente e o oriente. Coreia do Norte e Coreia do Sul estão se atritando cada vez com mais intensidade. Tropas norte-americanas estão na Coreia do Sul em cumplicidade. O exército norte-coreano faz testes nucleares e aumenta sua produção militar. Dois mísseis de médio alcance já estão a postos para atacarem territórios sul-coreanos. A guerra é iminente. E isso tudo tem a ver com Invasão à Casa Branca que chega aos cinemas junto com notícias, as quais dizem que o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, pede evacuação imediata dos diplomatas que estão no país - entre eles brasileiros -, pois não irão se responsabilizar caso algo aconteça.

Num desastroso acidente de carro, em uma noite de natal de intensa nevasca na região do Condado de Frederick, o chefe do serviço secreto, Mike Banning (Gerard Butler - Como Treinar o Seu Dragão, Código de Conduta), consegue salvar apenas o presidente dos EUA, Benjamin Asher (Aaron Eckhart - Invasão do Mundo - Batalha de Los Angeles, Reencontrando a Felicidade), deixando inevitavelmente a primeira-dama, Margaret (Ashley Judd - Assalto em Dose Dupla, O Fada do Dente), morrer. Dezoito meses depois Mike está trabalhando com serviços burocráticos no escritório do Tesouro. Entediado e ainda se sentindo culpado pela terrível tragédia - logo que era muito próximo a família -, quer tentar se redimir de algum modo pelo ocorrido. É num dia aparentemente normal, pós-4 de julho, que ele encontra essa chance: do seu escritório, ele vê terroristas invadindo a Casa Branca.

A bandeira do ataque levantada pelo líder terrorista (interpretado pelo Rick Yune) a certa altura do longa é "queremos uma Coreia unificada", e não à toa que um dos pedidos que faz, após dominar em poucos minutos a Casa Branca em uma estratégia bastante eficiente, para o presidente interino, Speaker Trumbull (Morgan Freeman - Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge), é retirar a 7ª frota da marinha dos EUA que fica em Jinhae-gu, na Coreia do Sul. Mas o contra ponto do "mal", acaba entrando na Casa e ele é, aparentemente, uma ameaça aos terroristas. À la John McClane, o personagem de Butler, em busca de se redimir do fato de meses antes encontra sua oportunidade. E que oportunidade! Sozinho irá enfrentar um arsenal de combatentes muito bem treinados para salvar os reféns (entre eles o presidente dos Estados Unidos) e retomar a ordem.

Parecido em alguns aspectos com Atirador (2007), do mesmo diretor Antoine Fuqua (Dia de Treinamento), inclusive quando se diz respeito a ação incessante, Invasão à Casa Branca é daqueles filmes de perder o fôlego. Mas há de se notar o interessante conjunto direção, roteiro - assinado pelos estreantes Creighton Rothenberger e Katrin Benedikt - e a montagem de John Refoua (Avatar), que dão, sem humor algum, um tom sério e cruel. Fuqua não nos poupa em mostrar as cenas mais fortes, e a montagem cria bastante tensão, quando a história caminha, de forma gradativa, a um beco sem saída. Não resta dúvidas que a única solução e esperança de salvar o presidente cai nas costas de Banning (também graças a incompetência das forças armadas estadunidenses).

Infelizmente, contrariando a realidade que o diretor e até mesmo a fotografia buscava, algumas tomadas acabam fazendo que esse herói pareça um super-herói. E isso cria uma imagem quando, em clara evidência, o patriotismo diversas vezes bate à porta. Mike não seria, assim, muito diferente de um Capitão América. Momentos como quando o monumento de Washington é abatido por aviões terroristas e a câmera se fixa de todos os ângulos captando - forçando uma certa tristeza - a destruição daquele símbolo, nos remete claramente ao 11 de setembro.

Invasão à Casa Branca como thriller é eficiente e honesto em sua proposta. É uma pena que alguns diálogos sejam tão banais. É difícil engolir uma das causas do terrorista que quer destruir a super-potência para "alimentar os pobres". Deixando isso de lado, o entretenimento é garantido.