Resenha de Seriado: Spartacus - Blood and Sand - 1ª Temporada

6 de março de 2013 0 Comente Aqui!

O desejo pela história de Spartacus é tão antigo na indústria cinematográfica quanto a sua lenda. Proporcionalmente, claro. O primeiro filme, produzido em 1960, foi indicado a seis categorias no Oscar e levou quatro estatuetas, resultado de uma mega produção encabeçada por Kirk Douglas e Peter Ustinov. Mais tarde, em 2004, fora produzido um fraco e decepcionante remake sobre a história do gladiador que gerou uma lacuna para Joshua Donen e Sam Raime, juntamente com a Starz, produzirem um seriado e contar, de forma pormenorizada e justa, a vida de Spartacus.

A série, em seu primeiro episódio, acompanha a trajetória de uma aldeia do povo trácio que, aparentemente, é liderada por um guerreiro que não tem seu nome revelado (Andy Whitfield) e que vivem em guerra com os dácios, povo com ideais bárbaros. Essa guerra parece ter um fim próximo quando o comandante romano Legatus Claudius Glaber (Craig Parker – Haldir – O Senhor dos anéis), também incomodado com as invasões bárbaras, propõe uma aliança com o povo trácio no intuito de acabar de vez com as investidas dos dácios. Frente à soberba do povo romano, a decisão de aceitar essa aliança preocupava os trácios. Contudo, devido à preocupação iminente com suas mulheres e crianças, eles resolveram aceitar a proposta de Glaber que posteriormente seriam traídos graças à influência de Ilithyia, esposa de Glaber e filha do senador Albinius, sobre o seu marido, mesclado com o excessivo desejo político de estar no Senado do comandante romano. Apesar da traição no campo de batalha, quando os romanos resolveram não mais atacar os dácios, o guerreiro inominado, após negar mandos do Legatus, consegue voltar a tempo a sua aldeia, salvar sua esposa Sura e fugir. No entanto, Glaber os encontra. Possesso, devido ao abandono dos trácios na batalha após a sua traição, o comandante captura Sura e envia o guerreiro para um Ludus em Cápua, onde o mesmo seria treinado para ser gladiador.

Um pouco de história. Cápua ligava-se a Roma na idade antiga através da Via Appia, a mais importante estrada militar da Itália. Era a cidade da alta classe social da Itália, famosa pelos melhores vinhos da região e outras especiarias. Mas, o que realmente marcou Cápua foi a escola de gladiadores, conhecida como ludus. Na série, o guerreiro inominado, agora denominado Spartacus, foi para o ludus de Batiatus que apesar do apreço pela escola de gladiadores herdada pela sua família, desejava, mais do que qualquer outra coisa, poder, que segundo o próprio era medido por ouro e pela política.

O que impressiona no seriado é a fidelidade do cenário da época. Apesar de muito sangue e de nudez/sexualidade, o que mais marca a série são as questões e os interesses políticos, marco da Roma Antiga, muitos de difícil percepção no primeiro instante e que dão um suspense aos episódios. Infelizmente, alguns cenários digitais, como as vistas de cima da cidade de Cápua não são lá essas coisas. Mas não dá para cobrar de uma série em seu início por uma computação gráfica elevada em que cada episódio tem quase uma hora de duração. Fora que isso é facilmente suprido com as cenas das batalhas. Muito reais! Uma mistura de Snyder (300) com Tarantino bem interessante.

O elenco é misto, novatos e veteranos, mas não decepciona. Meu crédito inicial vai para Andy, que teve pouquíssimas experiências como ator antes da série e fez um bom trabalho em um difícil papel. E o crédito supra vai para o casal Batiatus (John Hannah) e Lucretia (Lucy Lawless), que dispensam qualquer tipo de crítica.

Li alguns ditos sobre a série em que é falado que a história da série não é original. E ainda bem que não é! Quando o assunto é o retrato de alguém que fez história, como é o caso de Spartacus, a meu ver, não dá pra ficar criando e recriando a história, injetando personagens, como aconteceu no último filme onde foi feita uma adaptação bizarra e cheia de malabares da vida do gladiador. A série é limpa, bem estudada, bem interpretada, adaptada na medida certa, porém com defeitos no visual de cenários que podem ser melhorados. Para os que apreciam uma boa produção épica, assim como eu, para mim, Spartacus – Blood and Sand, é uma das melhores. Por fim, R.I.P Andy Whitfield.




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