Resenha de Filme: Killer Joe - Matador de Aluguel (Killer Joe)

9 de março de 2013 0 Comente Aqui!


Matthew McConaughey, no ano passado, teve um renascimento em sua carreira. O ator, desgastado e desvalorizado por suas comédias românticas bobas e açucaradas, resolveu apostar em filmes mais interessantes e conseguiu provar ser capaz de apresentar grandes atuações. Cheguei a elegê-lo como o ator de dois mil e doze, pelos seus ótimos trabalhos em Bernie, Magic Mike e The Paperboy. Outra personalidade importante, que volta a tona, é William Friedkin, do clássico O Exorcista. O diretor andava apagado, mas aqui demonstra que ainda é capaz de fazer uma produção inquietante e muito interessante. 

A trama do filme é simples e gira em torno de uma família incapaz de demonstrar sentimentos uns pelos outros. Chris Smith está enfrentando problemas para realizar o pagamento de uma dívida adquirida no mundo das drogas. Sem dinheiro e com os dias contados, ele toma conhecimento de um valor alto de apólice de seguro de vida de sua mãe e toma como a solução de seus problemas assassiná-la.  Para realizar o plano, ele procura ajuda de seu pai, que já vive com sua segunda esposa e de sua irmã mais nova. A ideia é de contratar Joe e pagá-lo após o recebimento do valor do seguro. O matador, por sua vez, não aceita receber, o pagamento, após o serviço executado, sem que receba a jovem Dottie, como garantia. 

Assistir o longa pode ser um desafio a parte. O Diretor não se preocupa em poupar o espectador de cenas de nudeza frontal ou até mesmo momentos encabulantes, daqueles que deixa curioso e angustiado ao mesmo tempo. Se no passado Friedkin causou espanto com uma cabeça girando, ou uma menina se masturbando com uma cruz, agora ele resolve fazer uma coxa de galinha como genitália. A humilhação em cena é notável e mostra o quão sujas as pessoas pessoas podem ser. Humilhação por sinal que remete ao universo sem grandes esperanças, muito bem representado pela fotografia escura e sombria, que ronda a família em questão. 

No quesito de atuação, como já mencionei, temos Matthew McConaughey assumindo com louvor o papel do matador. O ator consegue se manter sério em momentos complicados, como a cena da coxa de galinha já citada, e consegue enriquecer o personagem ao ponto de lhe tornar ainda mais doentio do que realmente parece. Sua atuação em Killer Joe é incrível e capaz de gerar muita expectativa perante sua futura aparição em Mud, que ainda não estreou e cujo o ator precisou perder muito peso para viver uma pessoa contaminada pelo vírus do HIV. Emile Hirsch segue demonstrando o talento que estamos acostumados a ver e assume muito bem a missão de interpretar uma filho sem muitos escrúpulos com a mãe, mas sempre preocupado com a irmã mais jovem. Juno Temple vai conquistando seu espaço e impressiona na pele de uma garotinha de doze anos, que é abusada sexualmente por um assassino profissional. A jovem consegue transcender imaturidade e tristeza com um simples olhar.

Os diálogos são muito interessantes e conseguem trabalhar o lado psicótico de cada personagem. Todos achavam que uma quantia de dinheiro resolveria todos os seus problemas, mesmo que para isso fosse preciso derramar o sangue de um parente próximo. Todos esses aspectos fazem com que este seja um grande filme de humor negro, porém inquietante e desafiador.


Ficha Técnica:
Diretor: William Friedkin
Elenco: Matthew McConaughey, Emile Hirsch, Juno Temple, Thomas Haden Church, Gina Gershon, Scott A. Martin, Gralen Bryant Banks, Carol Sutton, Danny Epper, Jeff Galpin, Marc Macaulay, Gregory C. Bachaud, Charley Vance, Julia Adams, Blain Sanchez, Geraldine Glenn, Sean O'Hara, Tony Severio, Lynette Zumo
Produção: Nicolas Chartier, Scott Einbinder
Roteiro: Tracy Letts
Fotografia: Caleb Deschanel
Trilha Sonora: Tyler Bates
Duração: 102 min.
Ano: 2011
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Califórnia Filmes
Estúdio: Voltage Pictures / Worldview Entertainment / ANA Media

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