Resenha de Filme: De Volta Para o Futuro 2 (Back To The Future - Part II)

De Volta Para o Futuro 2 começa exatamente aonde acabou o primeiro filme da franquia. A produção foi lançada quatro após De Volta Para o Futuro e realmente justifica esse período de intervalo, pois, para sua execução, foi preciso de muito trabalho para recriar o passado, inventar o futuro e elabora uma realidade alternativa do presente. Não consigo enxergar um filme tão detalhista, como este é, sendo elaborado em um pequeno espaço de tempo. O elenco retorna com muita competência e o nível da exploração da viagem no tempo é explorado de maneira ainda mais incrível.A direção segue segura e esse talvez seja o ápice de uma grande franquia da história do cinema.

O roteiro do filme é simplesmente espetacular,  alguns críticos na época disseram ser muito complexo, porém a trama apenas exige um pouco de atenção do espectador. Na verdade ele começa de maneira errada, mas depois consegue se desenvolver de uma forma assombrosamente genial. No começo do filme, Marty precisa ir no futuro para impedir que algo de ruim aconteça com seus filhos, porém, pela lógica da trama, ele poderia esperar passar os trinta anos e no dia do acontecimento impedir o ocorrido. Essa foi só uma desculpa que os roteiristas encontraram para levar os personagens anos a frente e conseguirem desencadear a trama, sensacional, que estaria por vir.

A parte em que eles estão no futuro considero, também, como a mais fraca da trama. Não pelo fato de estarmos já próximos do ano mencionado e por sabermos que é muito improvável que carros estejam voando e coisas do tipo. O que me incomoda é o tom de paródia que o filme assume neste momento, passando a ser algo muito caricato. Existe lá suas sacadas geniais, mas confesso que no começo temi o que vinha pela frente, porém posso dizer tranquilamente que o espectador que conseguir aceitar a desculpa dos roteiristas e encarar a produção irá se impressionar com o andamento dos acontecimentos. 

Resumindo mais ou menos o que ocorre: O plano do Doutor Emmett Brown funciona e, junto com Marty, ele consegue impedir um mal com os filhos do garoto (Futuro). A questão é que durante a execução da tarefa, um imprevisto ocorre e um universo paralelo é criado em 1985, ano de origem de toda a história (Presente). Com isso eles precisam voltar novamente em um ponto marcante do tempo e tentar consertar o que foi alterado para tentar reaver o universo em que eles estavam antes de ir ao futuro (Passado). 

Além de um grande roteiro, os efeitos especiais é outro aspecto técnico que impressiona. O melhor de tudo é que sabemos que eles não estão presentes para serem o principal atrativo do filme. Simplesmente eles existem para permitir uma melhor caracterização do universo apresentado. No futuro, carros voam, skates flutuam e o mesmo ator aparece três vezes em cena, interpretando personagens diferentes. Aliás, por falar nessa peculiaridade, a maquiagem é outro aspecto sensacional. Todos os atores se interpretam em diversos momentos da trama, seja mais velho, mais novo ou com a idade do presente. Todos são reconhecíveis e o trabalho é detalhista e muito bem efetuado. O grande exemplo disso é que no universo em que Biff é rico, ele esta com uma caracterização mais artificial, que remete a possíveis cirurgias plásticas, e no universo em que ele está pobre, seu rosto aparece mais cansado, talvez por conta de amargura e sofrimento.

Outra prova da genialidade deste filme foram as variações feitas acerca de diversas cenas que já vimos em De Volta Para o Futuro. Além de muitas referências ao longo da produção, há um momento chave, que exigiu a recriação de todos os cenários para que os personagens da continuação fossem inseridos no contexto.  Ao término da película se deixava em aberto a possibilidade de um terceiro filme, mas com ela vinha a sensação de que tudo que fora desenvolvido havia sido feito com a intenção de uma trilogia, que no final teria todos os elementos encaixados e coerentes. Talvez o segundo filme, seja o mais sensacional da franquia, mesmo com a deslizada no começo. A complexidade e o trabalho atemporal ficou simplesmente genial. 

Trailer do Filme:

Ficha Técnica:
Diretor: Robert Zemeckis
Elenco: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson, Thomas F. Wilson, Elisabeth Shue, James Tolkan, Jeffrey Weissman, Casey Siemaszko, Billy Zane, J.J. Cohen, Charles Fleischer, E. Casanova Evans, Jay Koch, Charles Gherardi, Ricky Dean Logan, Darlene Vogel, Jason Scott Lee, Elijah Wood, John Thornton, Theo Schwartz, Lindsey Whitney Barry, Judy Ovitz, Stephanie Williams, Marty Levy, Flea, Jim Ishida, Nikki Birdsong, Al White, Junior Fann, Shaun Hunter, George "Buck" Flower, Neil Ross, Tamara Carrera, Tracy Dali, Jennifer Brown, Irina Cashen, Angela Greenblatt, Cameron Moore, Justin Mosley Spink, Lisa Freeman, John Erwin, Harry Waters Jr., David Harold Brown, Tommy Thomas, Lloyd L. Tolbert, Granville "Danny" Young, Wesley Mann, Joe Flaherty, Crispin Glover
Produção: Neil Canton, Bob Gale
Roteiro: Bob Gale, Robert Zemeckis
Fotografia: Dean Cundey
Trilha Sonora: Alan Silvestri
Duração: 107 min.
Ano: 1989
País: EUA
Gênero: Ficção Científica
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Universal Pictures / Amblin Entertainment / U-Drive Productions
Classificação: Livre