Não é segredo que a falta de
criatividade em Hollywood é uma tônica predominante. A ausência de boas idéias
anda a níveis tão alarmantes que os grandes estúdios estão fazendo remakes de qualquer coisa que teve
alguma atenção no passado (nem vou falar dos filmes não-americanos que com
poucos anos ganham releituras ianques). Esse mais recente Amanhecer Violento,
estréia do ex-dublê Dan Bradley na
direção, é um dos exemplos dessa crise que parece que veio para ficar. O filme
homônimo de 1984, dirigido por John
Milius (Conan, O Bárbaro) e protagonizado por Patrick Swayze, entre outros rostos jovens da época, nunca ganhou
status de clássico oitentista, nem de obra acima de qualquer suspeita, onde o
prazer por assisti-la transcendia suas particularidades capengas. Até mesmo no
seu tempo a produção levantava dúvidas quanto a sua qualidade e principalmente
em relação ao seu exacerbado patriotismo.
No entanto, mesmo com as inúmeras
bobagens e absurdos em cena, o filme de John
Milius se tornava curioso por trazer um apanhado de uma América receosa
quanto às investidas da então União Soviética. Verdade que a Guerra-Fria não
tinha mais a força dos anos 70, mas ainda era latente, assim como a antipatia
em relação a Cuba de Fidel Castro. Juntos, esses dois países do bloco
socialista eram os inimigos ideais da “liberdade norte-americana”. E
convenhamos, no cinema, os melhores antagonistas dos EUA sempre foram os
Russos. Nesse sentido, Amanhecer Violento de Dan Bradley já perde força por trazer
como adversário a Coréia do Norte, um oponente ianque muito menos interessante.
Assim como no seu filme original, uma cidade pequena dos EUA torna-se o ponto
de partida de uma invasão armada forasteira. Um grupo de jovens, liderado por
Jed Eckert (Chris Hemsworth), se
refugia nas matas locais e passam a retaliar as ações norte-coreanas.
Se por um lado Amanhecer
Violento conserva a premissa inicial do original, por outro se despe da
pegada mais contemplativa de seu antecessor. No filme de John Milius, ainda que falha, existia um tom reflexivo em torno das
atitudes dos jovens que formavam a milícia chamada de Wolverines. As problemáticas eram dimensionadas e resolvidas de uma
forma mais dramática e menos planejada, tudo parecia meio intuitivo. Enquanto aqui,
talvez até pela origem do agora diretor Dan
Bradley, a trama invoca a ação de imediato, apostando em tiroteios,
explosões e perseguições, bem no clima dos mais recentes e barulhentos blockbusters hollywoodianos. O roteiro
ineficiente, repleto de diálogos fracos também não ajuda o elenco capitaneado
por um esforçado Chris Hemsworth (Thor) e que ainda traz nomes que já
revelaram certo talento em outras produções, como Josh Hutcherson (Jogos
Vorazes) e Adrianne Palicki (da
serie de TV Friday Night Lights).
Ficha Técnica:
Amanhecer Violento (Red Dawn).
Direção: Dan Bradley.
Roteiro: Carl Ellsworth, Jeremy
Passmore.
Ano: 2012.
Elenco: Chris Hemsworth, Josh Peck, Josh
Hutcherson, Adrianne Palicki, Jeffrey Dean Morgan.
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