Percebe-se quando um gênero ou no
caso aqui, subgênero, está mais do que saturado quando exemplares de
características relativamente agradáveis, onde em outras épocas poderiam chamar
bastante atenção, são recebidos com certa desconfiança e/ou desprezo. Essa
primeira sentença pode ser atribuída ao infeliz caso da nova empreitada hollywoodiana no mundo dos contos de
fadas, Jack, O Caçador de Gigantes, “re-imaginação” aventureira da
clássica história do João e o Pé de
Feijão. Nem de longe a obra dirigida pelo norte-americano Bryan Singer (X-Men 2) deve entrar na lista dos
melhores filmes da temporada, mas também não merece figurar entre os piores.
Apoiado em inúmeros clichês, situações recorrentes, tecnologia batida e direção
de arte pouco inventiva, se pode dizer que mesmo com tantas ressalvas, facilmente
estaciona em um meio termo do entretenimento despretensioso.
Ambientado na Idade Média e
utilizando dos argumentos básicos do conto de qual se origina, Jack,
O Caçador de Gigantes traz o nosso protagonista, Jack (Nicholas Hoult - Meu Namorado é Um Zumbi), como um rapaz
carismático, meio ingênuo, afeiçoado aos livros e as antigas histórias que seu
pai lhe contava quando ainda era criança, sobre os Gigantes que habitavam a Terra
séculos atrás. Vistas pela população como apenas fábulas antigas, fantasiosas,
essas histórias aludiam sobre uma população de grotescos colossos
conquistadores que haviam sido subjugados por um destemido Rei humano que
empunhava uma coroa mágica. Tal artefato encantado obrigou aqueles imensos
seres se exilarem em um reino localizado nas nuvens e sem acesso direto a
Terra. O caminho do jovem Jack começa a de ir encontro com esses antigos contos
quando seu velho tio pede que vá a cidade para vender o único cavalo da fazenda
que os resta.
Com evidentes problemas
financeiros, a idéia de Jack é chegar à cidade e se desfazer do animal em troca
de algumas moedas. Não esperava o rapaz que em uma parada de um show circense
conheceria a Princesa Isabelle (Eleanor
Tomlinson) e logo após um Monge o empurraria para a maior aventura da sua
vida. Em paralelo, a trama de Jack, O Caçador de Gigantes também
nos traz um complô sendo arquitetado contra o Rei Brahmwell (Ian McShane - Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas). O mentor do plano é o
cavaleiro conhecido como Roderick (Stanley
Tucci). Visto como distinto, o articulador Roderick também se faz de pretendente
à mão da Princesa, mas na verdade, ele almeja mesmo é encontrar os míticos
feijões mágicos que podem fazer nascer imensas arvores que o levem até o
lendário reino dos gigantes. E de posse da antiga coroa mágica, o conspirador
cavaleiro pensa dominar o exercito de gigantes e usa-los para conquistar todos
os reinos existentes.
No acidental encontro, o tal
Monge passa os feijões para Jack, com a recomendação de nunca molha-los. Claro
que uma providencial tempestade faz todo o trabalho “sujo”, ainda no mesmo dia
em que a Princesa resolve fugir do castelo e, em um reino tão grande, para na
casa do nosso herói. Forçada ironia do destino? Mesmo com um roteiro escrito a
seis mãos, creio ser demais exigir profundidade de uma história tão minimalista
e que em suma não deixa de ser voltada para o público infanto-juvenil. Para
suprir tais necessidades de problemáticas interessantes, depois que nascem as
imensas árvores, a trama faz a Princesa ser seqüestrada pelos gigantes. Agora
um determinado Jack, aliado aos guardas do Rei liderados pelo personagem
apagado de Ewan McGregor (O Impossível), e
acompanhados ainda de Roderick, precisam se aventurar no reino das nuvens.
Nessa difícil escalada, o diretor Bryan
Singer aproveita para entreter o público com um 3D meio ordinário, mas que
cumpre seu papel de causar suas vertigens.
Ficha Técnica:
Jack, O Caçador de Gigantes (Jack the Giant
Slayer).
Direção: Bryan Singer.
Roteiro: Christopher McQuarrie, Dan Studney,
Darren Lemke.
Ano: 2013.
Elenco: Nicholas Hoult, Eleanor Tomlinson, Ewan
McGregor, Stanley
Tucci, Eddie Marsan, Ian McShane.
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