Resenha de Filme: E O Vento Levou

27 de fevereiro de 2013 2 Comente Aqui!


Um dia eu concorri ao Oscar! 

“... E o vento levou” quem nunca viu esse filme? Será que existe quem nunca? Sim, é até possível, mas quem nunca ouviu falar, que atire a primeira pedra. A história da jovem Scarlet O'Hara (Vivien Leigh), que tendo como pano de fundo a Guerra Civil Americana, cresce entre riqueza, decadência, amores, desilusões e superação. Sim, é uma história de amor, entre Scarlet e Rett Butler (o eterno Clark Gable), um charmoso aventureiro, que rendeu algumas das mais memoráveis cenas da 7ª arte. O filme é longo, mas tem razão para ser. A história começa antes da Guerra, quando a aristocracia ainda era abastada e as famílias se reuniam em suas casas de campo para dias de brunch e jogos. Scarlet uma eterna apaixonada, começa o filme como uma menina rica e mimada, que morre de amores por Ashley Wilkes (Leslie Howard), mas que só a vê como uma “amiga muito querida”. E é exatamente quando a menina Scarlet se declara e não é retribuída por Ashley, que o charmoso Butler se apaixona por ela, e esse amor irá permear toda a história. Com o inicio da Guerra, os homens e alistam e partem. Scarlet se casa e fica viúva. Butler sempre por perto. Cidades são sitiadas, e a realidade atinge tanto a vida dos norte americanos, quanto à vida da nossa heroína. De menina mimada, a enfermeira durante a guerra e mulher forte e voluntariosa, o amor de Scarlet pela vida, pela causa e por justiça a leva a Butler, e de volta para casa.

Mas não é só a história do filme que encanta, e que levou ao seu enorme sucesso. Sua fotografia, música, atuações, figurino são grandiosos e por isso, talvez, que a Academia lhe tenha conferido 13 indicações ao Oscar, das quais, saiu ganhador de oito nas categorias tradicionais, e mais duas estatuetas uma honorária e outra técnica. Os prêmios foram: melhor filme, melhor diretor (Victor Fleming), melhor atriz (Vivien Leigh), melhor atriz coadjuvante (Hattie McDaniel), melhor roteiro adaptado (Sidney Howard), melhor direção de arte (Lyle R. Wheeler), melhor fotografia (Ernest Haller e Ray Rennahan), melhor montagem (Hal C. Kern), Technical Achievement Award (Oscar científico ou técnico) - R.D. Musgrave, pelo pioneirismo na utilização de equipamentos coordenados na produção do filme, prêmio especial; Oscar honorário - William Cameron Menzies, pelo excelente desempenho no uso de cores para a valorização do humor dramático na produção do filme (prêmio especial).

A grandiosidade do filme também se reflete nas histórias por trás das câmeras. A história que é inspirada no livro da escritora Margaret Mitchell, teve seus direitos comprados apenas uma semana após o seu lançamento, pela quantia de US$ 50 mil, a mais alta quantia já paga até então pela adaptação do primeiro livro de um autor. A escolha da atriz que faria Scarlet ficou bastante conhecida em Hollywood, já que mais de 1.000 atrizes foram entrevistadas, e a própria Vivien Leigh foi escolhida com as filmagens já em andamento. O papel do diretor também é controverso, embora os créditos sejam todos de Victor Fleming, ele apenas dirigiu 45% do filme, sendo que mais quatro diretores não creditados fizeram parte do longa. Além disso, o filme trouxe uma inovação de filmagem, a sequências em que Scarlett caminha entre os corpos de sobreviventes da batalha de Gettysburg, para o ano, foi algo simplesmente fantástico. A câmara acompanha a personagem em um impressionante traveling aéreo, conseguido graças à utilização de um guindaste de 43 metros de altura, que rolava por uma rampa de cimento armado. Além disso, cerca de mil extras misturados com outros tantos bonecos de cera, contribuíram para a magnificência da tomada citada acima. Vale muito a pena prestar atenção nessa cena!

Muito se falou em relação a uma seqüência do filme, mas a autora do livro morreu antes de escrever qualquer linha de continuação. Em 1991, os herdeiros do espólio de Mitchell autorizaram a romancista Alexandra Ripley a escrever uma história baseada no texto original, que foi intitulado de “Scarlet”, que em 1994, virou uma minissérie de televisão estrelada por Timothy Dalton como Rhett Butler e Joanne Whalley como Scarlett O'Hara, sendo a única sequências oficial do filme.

Por tanta beleza em cena, e tanta história por trás das câmeras que “E o vento levou...” conquistou não somente oito estatuetas da academia, mas também fãs por todo o mundo e por tanto tempo. Com certeza, a magnitude do filme e seus personagens ainda serão levados pelo vento por muito tempo.





Ficha técnica:
Diretor: Victor Fleming
Elenco: Thomas Mitchell, Barbara O'Neil, Vivien Leigh, Evelyn Keyes, Ann Rutherford, George Reeves, Fred Crane, Hattie McDaniel, Oscar Polk, Butterfly McQueen, Victor Jory, Everett Brown, Howard C. Hickman, Alicia Rhett, Leslie Howard, Olivia de Havilland, Rand Brooks, Carroll Nye, Clark Gable, Laura Hope Crews, Eddie "Rochester" Anderson, Harry Davenport, Leona Roberts, Jane Darwell, Ona Munson, Paul Hurst, Isabel Jewell, Cammie King Conlon, Eric Linden, J.M. Kerrigan, Ward Bond, Jackie Moran, Cliff Edwards, Lillian Kemble-Cooper, Yakima Canutt, Marcella Martin, Louis Jean Heydt, Mickey Kuhn, Olin Howland, Irving Bacon, Robert Elliott, William Bakewell, Mary Anderson
Produção: David O. Selznick
Roteiro: Sidney Howard
Fotografia: Ernest Haller, Ray Rennahan, Lee Garmes
Trilha Sonora: Max Steiner
Duração: 238 min.
Ano: 1939
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Estúdio: Selznick International Pictures / Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Classificação: livre

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