Resenha de Filme: Meu Namorado é um Zumbi (Warm Bodies)

Meu Namorado é um Zumbi é mais um filme que irá apresentar um amor improvável com seres clássicos, do terror, completamente remodelados. A trama, baseada na obra "Sangue Quente" de Isaac Marion, se passa oito anos após o apocalipse e nos leva a acompanhar os passos de R, um morto-vivo, que vaga pelas ruas procurando comida e, como ele mesmo diz, fazendo aquelas coisas esquisitas que os zumbis fazem. Em uma dessas buscas por alimentos, ele mata o namorado de uma jovem e, após se alimentar de seu cérebro, termina captando as lembranças do rapaz, o que faz com que ele se apaixone instantaneamente pela moça. 

Depois do sucesso de Crepúsculo não era impossível o surgimento de uma trama similar, mas, pelo menos, Meu Namorado é um Zumbi tem noção de que não se pode ser levado tão a sério, o que deixa o espectador um pouco menos irritado com o roteiro, diálogos e justificativas para os fatos. Outro ponto é a tentativa da trama de fazer refletir, como se os jovens acomodados fossem os zumbis, que pouco produzem ou até mesmo o eterno paradigma com o preconceito, não somente de cor e raça, mas com os deficientes. 

Jonathan Levine é um diretor de bastante talento, mas que não conseguiu convencer de formar necessária para fazer vale esse universo, mesmo já tendo trabalhado muito bem com humor no mundo entre a vida e a morte no longa 50%. Digamos que o destaque de sua direção parta da construção do personagem, que se mostra alienado e insatisfeito com o mundo que lhe foi destinado. O começo do filme chega a ser interessante pela correlação que pode ser feito com o mundo real, mas jamais foi possível se chegar ao ápice que nos levaria a debater bastante sobre as mensagens intrínsecas da produção. Digamos que ela pendeu muito para o lado Pop, o que lhe prejudicou a atingir o cunho político.

Na verdade isso gera o questionamento de se o filme queria ser um romance mesmo ou um alerta para a juventude, principalmente pelo fato de todo o conteúdo jogado ser mesclado com diversas cenas, desnecessárias, de melodrama entre os personagens. Talvez a inserção de um terceiro personagem na trama, como foi feito mais pelo final, seria fundamental para manter o ritmo da produção e a empolgação de quem está assistindo. Empolgação esta, por sinal, que se manteve comigo mais pela bela trilha sonora do que pelo que de fato estava ocorrendo. Meu Namorado é um Zumbi conta com uma trilha maravilhosa formada por gente como: Bruce Springsteen, Scorpions, Bob Dylan e Guns N' Roses.

Estamos diante de um filme corajoso, pois decidiu arriscar em cima de uma fórmula, que por mais que tenha sido contestada, era de sucesso. Possui seus pontos fortes e mensagens interessantes, mas ainda assim deixou a sensação de que será um mero longa esquecido em menos de seis meses. Meu Namorado é um Zumbi irá agradar os órfãos de Crepúsculo, irritar quem se irritou com Crepúsculo e servir como um entretenimento pipoca com um certo grau de conteúdo, mas ainda assim uma produção mediana. Pelo menos a dupla Nicholas Hoult, de X-Men: Primeira Classe e Teresa Palmer, de Eu Sou o Número 4, é muito melhor.

Trailer do Filme:

Ficha Técnica:

Diretor: Jonathan Levine
Elenco: Dave Franco, Teresa Palmer, Nicholas Hoult, John Malkovich, Analeigh Tipton, Rob Corddry, Cory Hardrict, Rochelle Okoye, Patrick Sabongui, Keeva Lynk, Ruth Chiang, Justin Bradley, Diana Laura, Ayisha Issa, Arthur Holden, Dawn Ford, Tod Fennell, Marcello Bezina, Daniel DiVenere, Geneviève Joly-Provost, Claudia Tiseo, Mizinga Mwinga, Jan Pivon, Qamar Abbas, Felix Bergeron, Christine Rodriguez, Eric Daniel, Elodie-Lorie Jean, Abdul Ayoola, Anne-Sophie Bozon, Irma Evangelista, Jennifer Herrera, Vincent Leclerc, Sylvia Stewart
Produção: David Hoberman, Todd Lieberman, Bruna Papandrea
Roteiro: Jonathan Levine
Fotografia: Javier Aguirresarobe
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Paris Filmes
Estúdio: Mandeville Films / Summit Entertainment