Baseado no livro homônimo de Yann Martel, A Vida de Pi lembra vagamente o "realismo fantástico" do grande escritor argentino Jorge Luís Borges, com uma ponta de inspiração vinda de "Max e os felinos" do escritor brasileiro Moacyr Scliar. A sua mistura de história de superação e reflexões religiosas achou um lugar cativo no coração de muita gente, inclusive no coração negro dos jurados do Oscar. Michael Danna ganhou o Globo de Ouro de "Melhor Trilha Sonora" pelo filme, e é bem capaz que isso se repita na noite do Oscar.
Anna Karenina é uma adaptação criativa do romance de Liev Tolstói (c. 1828-1910), mais conhecido pelo seu pacifismo e por escrever o gigantesco Guerra e Paz. A história trágica do livro (e filme) denuncia a hipocrisia da alta sociedade russa, onde a persomagem principal larga tudo - marido, filhos, reputação - para viver um amor impossível. O braço-direito musical do diretor Joe Wright, Dario Marianelli, dá as caras novamente, numa trilha recheada de referências à Tchaikovsky e Shostakovich.
Ben Affleck poderia ser mais uma daquelas estrelas em decadência, os chamados has-beens em inglês. Sua carreira sofreu um abalo depois de um noivado demasiadamente público com Jennifer Lopez e alguns fracassos retumbantes de bilheteria. A virada aconteceu quando resolveu trocar de função e arriscar como diretor. Funcionou. A moral de Affleck é tanta que ele conseguiu para Argo um dos compositores mais disputados de Hollywood: Alexandre Desplat, o homem que fez a música do premiadíssimo O Discurso do Rei e as partes um e dois do último Harry Potter.
Lincoln, o filme, vai ser para os americanos o que O Discurso do Rei foi para os britânicos em 2010. Uma das figuras mais queridas da história dos Estados Unidos, Abraham Lincoln aboliu a escravidão e encerrou a Guerra da Secessão de forma bem-sucedida. Posso ser cínico? É claro que uma dose generosa de ufanismo - do qual nossos primos do Norte são particularmente afeitos - influenciou as doze indicações do filme ao prêmio máximo do cinema. Apesar disso Lincoln é, de fato, um belo filme. O pano de fundo musical de John Williams evoca as melodias e canções dos meados do século XIX, e está sendo considerado como a melhor coisa que o compositor fez em anos.
É. Parece que o projeto de transformar 007 no Rambo do século XXI deu certo. Daniel Craig - o "Cigano Igor" dos James Bonds - está no terceiro filme da franquia, a sua longevidade justificada pela refilmagem obscenamente lucrativa de Cassino Royale. Thomas Newman, filho caçula da dinastia Newman, foi o escolhido para musicar o filme mais recente do lendário agente secreto.
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Como assim "uma ponta de inspiração" em Max e os Felinos? A ideia central de "A Vida de Pi", um rapaz com uma fera em um bote em alto mar´e copiada de Max e os Felinos. As acusações de plágio não são por acaso.
Mas o filme é ótimo!
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