Resenha de Filme: A Última Casa da Rua (House at The End of Street)

25 de janeiro de 2013 0 Comente Aqui!

Apontar os clichês como um dos defeitos em um filme de terror é tão lugar comum quanto essa primeira afirmação de teor negativo, até porque, esse gênero talvez seja o que mais precisa deles para funcionar. No meu ponto de vista, o mais certo seria afirmar que a obra é problemática por trazer clichês mal utilizados. Entretanto, em um primeiro momento, apesar de uma montanha desses subterfúgios cinematográficos, A Última Casa da Rua consegue elaborar um suspense com algum mistério, trazendo curiosidade ao espectador. Atrativos a parte também não faltam para cativar a atenção, visto que a protagonista é a jovem atriz Jennifer Lawrence, em ascensão no cinema norte-americano, e a co-protagonista é a sumida Elizabeth Shue, de filmes como De Volta para o Futuro II e III e Karatê Kid.

A trama coloca a mãe médica, Sarah (Elizabeth Shue) e a filha estudante, Elissa (Jennifer Lawrence) como recém chegadas em uma típica e bucólica cidadezinha americana. Egressas da cidade grande e aparentando procurar paz (?), elas se instalam em uma imponente casa, que por ser vizinha de uma residência onde uma menina assassinou os pais, tem um aluguel mais acessível. Se familiarizando com a vizinhança, escutam histórias macabras sobre os fatos, e seus desdobramentos, que envolvem os crimes e lendas locais. Logo também constatam que Ryan (Max Thieriot), filho mais velho da família, ainda mora no rústico casarão. Mesmo com tantas ressalvas amedrontadoras, Elissa, jovem de característica rebelde, não se detém a aproximar do rapaz. Para seu espanto, Ryan se revela introspectivo, sensível e apaixonante.

Claro que se a trama seguisse essa linha de argumentação, teríamos um improvável filme de drama/romance invés de um terror/suspense. Então o roteiro escrito por David Loucka, baseado em uma idéia do diretor Jonathan Mostow (Substitutos, 2009), não demora a colocar o romance e os dramas familiares de lado, para assim implicar algumas problemáticas de horror na obra. Com o andamento corriqueiro dos fatos, não precisa pensar muito para chegar à conclusão de que Ryan guarda seus segredos. Discrições que fazem a narrativa ser impulsionada de forma até agradável, apesar de gradativamente ir ganhando contornos previsíveis. Logo isso se torna uma característica negativa e incômoda. Se no primeiro parágrafo afirmei que A Última Casa da Rua elucidava um mistério curioso, de sua metade para o fim, a obra se perde em um amontoado de situações aguardadas, esvaziando todo o suspense e mistério inicial.

Apesar das soluções obvias e o desfecho preguiçoso fazer de A Última Casa da Rua uma obra descartável, irrelevante, ainda se consegue algum entretenimento enquanto se está assistindo. Essa afirmação contraditória parte do ponto de vista do trabalho esforçado da dupla de atrizes. Ainda quando se constata que o filme está perdido e não tem mais salvação, não deixa de ser louvável como tanto Jennifer Lawrence quanto Elizabeth Shue, e até o canastrão Max Thieriot, talvez inflamado pelas moças, buscam dimensionar os personagens além do caricato evidente do roteiro. No entanto, infelizmente, o esforço se mostra insuficiente para resolver os problemas de roteiro e direção. Presas a um texto apenas “espertinho”, de diálogos pouco eficientes, além da batuta conformista e pouco ousada do diretor novato Mark Tonderai, o elenco não consegue se sobressair como deveria para engrandecer o resultado final.



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