Resenha de Filme: O Último Desafio (The Last Stand, 2013)

22 de janeiro de 2013 1 Comente Aqui!

Foi com Eu Vi O Diabo (Akmareul boatda) que o diretor de O Último Desafio ganhou um sucesso a mais por cá, nessas bandas ocidentais. Arrecadando prêmios em festivais ao redor do mundo, o seu trabalho de 2010 - um épico de vingança - fez com que Hollywood mirasse os olhos no cineasta independente, prevendo um possível diretor que cedesse às regras da indústria mas que deixasse sua marca.

Em sua estreia na meca do cinema, Jee-woon Kim teve que trabalhar com um roteiro bem diferente do que ele está acostumado. Para se ter ideia, os filmes de Kim são parecidos com de seus conterrâneos Joon-ho Bong (Memórias de um Asassino) e Chan-wook Park (Oldboy), mas em um de seus filmes que veio ao Festival do Rio de 2008 - O Bom, O Mau, O Bizarro (Joheunnom nabbeunnom isanghannom) -, o sul-coreano arriscou um western à moda da casa. Logo, O Último Desafio conta uma história já batida e clichê - como era de se esperar neste gênero - só que, felizmente, é bem amarrada.

Para se adaptar a esses longas de ação tipicamente hollywoodianos, Kim teve que se despir de alguns de seus maneirismos. Afinal, posicionar a câmera para focar o ex-governador da Califórnia é diferente de qualquer outra coisa que ele havia feito. Somado ao fato que Arnold Schwarzenegger não protagonizava um filme há 10 anos.

Com 65 anos nas costas, Schwarzenegger interpreta Ray Owens, o xerife de uma pacata cidade do sul dos Estados Unidos que faz fronteira com o México. Ali, os policiais comandados por Owens, Mike Figuerola (Luis Guzmán), Sarah Torrance (Jaimie Alexander) e Jerry Bailey (Zach Gilford) tem uma única preocupação: o encrenqueiro, que lutou na guerra do Iraque, Frank Martinez (Rodrigo Santoro). A monótona Somerton (Arizona) se depara com um estranhamento quando um dia o fazendeiro entregador de leite, sempre pontual em suas entregas pela manhã, some misteriosamente.

Paralelamente acompanhamos o transporte do maior traficante de drogas, Gabriel Cortez (Eduardo Noriega), desde Pablo Escobar. Encabeçada por John Bannister (Forest Whitaker), a equipe da narcóticos tem a tarefa de levar Cortez para o corredor da morte. A operação super bem planejada e calculada - óbvio - acaba saindo errado, e o traficante acaba fugindo (uma fuga bem elegante, diga-se de passagem). As duas histórias que antes eram paralelas, acabam se encontrando quando o fugitivo decide entrar no México pela cidade do Owens.

O filme nos contempla com boas doses de humor e drama, além da ação incessante. O veículo de fuga de Cortez pode parecer banal para suas aquisições, mas não se engane: o Corvette ZR-1 modificado é mais rápido que o helicóptero do FBI. Já nas cenas de ação com Schwarzenegger confirma-se o ditado "Quem é rei nunca perde a majestade". Apesar de não se movimentar com a rapidez de antigamente, o ator rende ótimas cenas de luta e tiro. Principalmente o final, que é realizado na medida.

O equilíbrio define este novo projeto do cineasta sul-coreano. Desde a direção, passando pela montagem, até as atuações. Os atores estão precisos para seus papéis e não comprometem o longa. O roteiro escrito por Andrew Knauer e Jeffrey Nachmanoff, com a supervisão de George Nolfi, segue os tópicos do gênero, rendendo takes em que dá vontade de falar "Que mentira!!!" - o que não incomoda, pelo contrário, diverte bastante. Para quem gosta deste tipo de filme, O Último Desafio, com certeza, é uma boa pedida.


Trailer do Filme:

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