Resenha de Filme: O Resgate (Stolen)

27 de janeiro de 2013 0 Comente Aqui!

A trama de O Resgate inicia com um arrombamento a um banco protagonizado por Will (Nicolas Cage), o maior ladrão de todos os tempos, e seu bando formado pelo mau caráter Vincent (Josh Lucas), a ingênua Riley (Malin Akerman) e o engenhoso Hoyt (M. C. Gainey). Toda a inventividade para que o resultado fosse bem sucedido não foi suficiente para que as autoridades, lideradas pelo obsessivo Tim Harlend (Danny Huston), capturasse e colocasse o criminoso atrás das grades, apesar de o restante do bando conseguir escapar. Durante a perseguição, Will detinha consigo dez milhões de dólares, que não foi encontrado com ele no momento de sua captura. Passados oito anos preso, Will é solto, mas logo nos primeiros momentos de liberdade precisa lidar com as autoridades no seu encalço e com o seqüestro de sua filha realizado pelo ex-parceiro Vincent, agora um louco paranóico que exige reaver sua parte do dinheiro sumido.

Dirigido pelo experiente realizador de filmes de ação, o inglês Simon West, de entre muitos, pode-se dizer que ganham destaque em sua filmografia Con Air: A Rota de Fuga (1997) e Mercenários 2 (2012), O Resgate vem a ser o reencontro do cineasta e o ator Nicolas Cage, com quem trabalhou no primeiro filme já citado. Verdade que o oscarizado Nicolas Cage vem em uma torrente de filmes de qualidade duvidosa, o talento dramático de outrora foi deixado de lado e o ator parece se divertir muito mais nas produções que protagoniza para pagar as contas do que se preocupar em entregar uma atuação convincente. Não acho que seja uma escolha reprovável trabalhar apenas por um salário, sem maiores aspirações artísticas, mas nessa de pular, sem critério, de filme em filme, o ator tornou-se uma caricatura de si mesmo e será difícil se livrar desse estigma criado sobre ser um ator de filmes ruins.

Apesar de ser uma obra repleta de clichês dos filmes do gênero, soluções previsíveis e sem muitos contornos do roteiro assinado pelo novato David Guggenheim (para o cinema, tem no currículo apenas Protegendo o Inimigo, 2012), além da direção de arte desleixada e personagens mal caracterizados e sem muito aprofundamento, O Resgate não é tão ruim (leia-se péssimo) quanto parece ser. Em seus ligeiros e despretensiosos noventa minutos de duração, entretém sem grandes contratempos, créditos evidentes para a narrativa agradável engendrada pela montagem do americano Glen Scantlebury, colaborador assíduo de Simon West e do diretor e produtor Michael Bay. Entre algumas características reincidentes de produções de ação e aventura, creio que O Resgate, parafraseando o próprio título nacional, procura resgatar o espírito dos filmes de golpes, tão comuns nos anos 70 e recentemente revisitados em filmes como Uma Saída de Mestre (2003) e Onze Homens e um Segredo (2001).

Contudo, o filme de Simon West passa longe da elegância e destreza das duas obras citadas acima e mesclando sua idéia inicial a uma pegada de filme de salvamento, como o recente Busca Implacável (2008) protagonizado por Liam Neeson, está mais para um pastiche tresloucado do que uma paródia criativa. E nesse sentido de fazer uma obra repleta de ação, adrenalina, em detrimento a uma história mais coesa, deve-se reconhecer que Simon West entrega seqüências de ação no mínimo interessantes e envolvendo alguma tensão, com duas perseguições de carro feitas a moda antiga, sem CG e apostando no talento dos dublês. Como somente cenas agitadas bem engendradas não são suficientes para fazer de um filme algo que possa receber a alcunha de bom, se no parágrafo anterior citei que O Resgate não é tão ruim quanto parece, também não é bom como deveria e poderia ser. Com boa vontade em uma sessão despreocupada, e perdão pelo pleonasmo, é um meio termo bem mediano.




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