Resenha de Filme: O Amante da Rainha (A Royal Affair / En kongelig affære)

8 de janeiro de 2013 1 Comente Aqui!

O Amante da Rainha começou a ganhar destaque no Festival de Berlim 2012, quando conseguiu levar os prêmios de melhor ator e de melhor roteiro. Recentemente a produção está chamando mais atenção ainda, pois já está garantida no Globo de Ouro e no Critics Choice Awards de 2013, além de ser um dos nove pré-selecionados para o Oscar deste ano. O engraçado de toda a situação é que o foco principal do filme é mais do mesmo, porém os acontecimentos intrínsecos que ocorrem nas entrelinhas são os que lhe torna uma produção acima de média. 

A trama se passa no século XVII, quando uma jovem britânica, Caroline Mathilde, tornou-se a rainha da Dinamarca. O rei Christian VII era bastante imaturo e não se preocupava muito com seus afazeres políticos e muito menos com aquela que seria a sua esposa. Durante uma viagem pela Europa, ele trás consigo um médico e novo grande amigo, que irá causar bastante furor na corte. Struensee é um intelectual e defensor do pensamento Iluminista, que irá aos poucos se apaixonar pela rainha e com ela tentar melhorar a situação do povo do escandinavo.

O triângulo amoroso não empolga em momento algum e é talvez o ponto menos importante do filme. Não é atrativo ver o desenrolar do romance da rainha com o melhor amigo do rei e tão pouco empolgante imaginar o possível final para aquela situação, que dá de começo a impressão de que não será inovadora. O que salva o longa e lhe torna interessante é ver o embate político em que a Dinamarca se encontrava e o quanto ela estava alheia a evolução histórica que vinha acontecendo em toda a Europa. O rei era mimado e não gostava de se envolver nos assunto burocráticos, que seu posto lhe obrigava. Por isso, a nação era praticamente dirigida por um conselho extremamente conservador, que explorava o povo e garantia o retrocesso.

A chegada do médico alemão Johann Struensee, que é a favor do pensamento iluminista, é o que faz com que a história alavanque e saia do marasmo que estava naquele relacionamento sem futuro e chato. O médico trouxe na bagagem idéias revolucionárias e a capacidade de influenciar o rei a fazer algo de melhor em seu reinado. O romance com a rainha é construído principalmente devido a este pensamento comum a ambos, que se dão ao trabalho de enxergar o mundo além das mordomias da nobreza. Desta forma Struensee acaba se tornando uma figura muito importante para a Dinamarca, sendo responsável por fazer do rei um fantoche, que luta pelo povo e por ter se apaixonado pela rainha e com ela ter tido as ideias que poderiam fazer o país melhor.

Mads Mikkelsen, famoso mundialmente por ser Le Chiffre em Cassino Royale, e Mikkel Boe Følsgaard fazem um trabalho fabuloso como o médico e o rei respectivamente. Følsgaard chegou a ser premiado em Berlim por sua atuação e de certa forma tenho comigo o sentimento de ter sido uma premiação justa. O jovem ator circula muito bem no ridículo, no bobo e nas loucuras de seu personagem. Alicia Vikander fica devendo na interpretação da rainha e termina não conseguindo atrair o público para o seu lado e conseguido dar mais vida ao triângulo amoroso.

Estamos diante de um filme correto, com boas tomadas, bom conhecimento histórico, mas uma fraca trama principal. Acima da média, com bom figurino e trabalho técnico, sendo capaz de manter a atenção do espectador por suas mais de duas horas de exibição, porém sem grandes chances de vitórias nos prêmios que virão. 


Trailer do Filme:

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