Tiki: povo milenar que habita a
Polinésia. Kon-Tiki: expedição Norueguesa, datada de 1947, com a intenção de
provar que a Polinésia havia sido povoado por descendentes dos Peruanos e não
por Asiáticos, como até então se acreditava. Como eles fizeram: liderados pelo
aventureiro escandinavo, Thor Heyerdahl (no filme, Pal Sverre Valheim Hagen), se propuseram a repetir o feito dos
nativos, utilizando de uma jangada similar há de 1500 anos atrás para
atravessar os 8.000 km
que separam ambos continentes. Loucura? No meu ponto de vista sim, mas o filme Kon-Tiki,
co-dirigido por Joachim Ronning e Espen Sandberg, narra à história
verídica dessa jornada épica liderada por um sujeito determinado a contradizer
todos os preceitos científicos da época. Mesmo que para isso precise colocar a
sua vida, e a de todos que embarcaram no seu sonho, em perigo.
Curiosamente, talvez até pela produção
conjunta que envolve também a Inglaterra, a primeira impressão que tive sobre Kon-Tiki,
é de uma obra que foge do estilo narrativo do recente cinema escandinavo e
assim se aproxima mais da maneira tradicional americana e britânica de se
contar uma história com fundo verídico. Longe da crueza naturalista, chocante
até, que anda fazendo a fama do cinema local, a produção também apresenta uma
pegada deveras poética, principalmente no tocante do visual, onde se presencia
uma fotografia vistosa, valorizando a natureza. Nesse sentido, pode-se até dizer
que o trabalho de Ronnig e Sandberg aproxima-se de As Aventuras de Pi (2012), do taiwanês Ang Lee. Entretanto, essa afirmação não
se aplica somente ao quesito visual, existe o mesmo dilema “homem versus
natureza”, mas sem as aspirações religiosas do trabalho de Lee e com temáticas totalmente diferentes.
Prezando por edificar ao máximo o
conteúdo do caráter humano da história, transpondo as barreiras pessoais do
protagonista de forma corriqueira, as problemáticas do filme podem soar esvaziadas.
O formato episódico da narrativa também diminui um pouco a dificuldade e o
impacto da brava jornada imposta pelo destemido Thor. No entanto, se Kon-Tiki
tem suas ressalvas de teor negativo, não chegando a ser uma obra-prima, também
passa longe do embuste. As seqüências mais agitadas são tensas, elaboradas com
afinco, principalmente nas que envolvem animais aquáticos, como baleias e
tubarões. A narrativa, apesar da restrição já citada, transcorre sem contratempos,
alternando um tom contemplativo com as problemáticas de confrontamento com a
natureza. No que toca as adversidades entre a pequena tripulação da bucólica jangada,
mostrada de forma rasa, sempre procurando trazer os personagens como heróis, é
o que pode criar uma leve antipatia pela obra.
3 Comente Aqui! :
O Filme é muito divertido e interessante, porém os personagens em si não são atrativos, principalmente o protagonista que é um pé no saco egoísta e egocêntrico.
Olá
Achei o filme muito bom. Porque o cara que faz heroi tem que ser sempre legal segundo o que a maioria pensa na vida real isso não acontece e talvez essa seja a forma como se poderiam o filme tentar aproximar da realidade?
Agora o cinema é uma linguagem de expressão da alma humana dentro de uma sociedades (entre outras ideias que podemos botar aqui) então todo esse bla bla bla bla desta critica é chata e sem sentido. Vamos sim valorar fatos que foram feitos contando historias de forma coerente.
Kon-tike mostra como os povos em epocas remotas e contra todas as adversidades naturais se dispersam e se fundem entre si.
É uma bela vsita do homem curiso.
Caro, Anônimo. Eu compreendo seu ponto de vista. Isso se chama subjetividade. Em certo momento da resenha, eu afirmo q talvez a arrogância do personagem seja uma característica do verdadeiro Thor. Entretanto, Kon-Tiki não é um documentário e sim uma obra ficcional e nesse sentido, ela acaba se mostrando falha no que toca a atuação de seu protagonista: caricato e canastrão. Entretanto, o filme me agradou, tanto que dei uma nota bem razoável, lamento se não atingiu a suas expectativas, mas é onde eu volto para afirmar sobre a subjetividade. Só acho desnecessário você dizer que a crítica é chata e sem sentindo. Afinal, esse é um ponto de vista e não uma verdade estrita. De qualquer maneira, obrigado pela visita. :)
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