Resenha de Filme: Marcados Para Morrer (End Of Watch)

15 de dezembro de 2012 0 Comente Aqui!

A Bruxa de Blair marcou era utilizando-se de uma técnica de filmagem chamada de "Found Footage", que para quem não sabe o significado, em simples português, é quando o filme é filmado pelos próprios personagens, o que faz com que este passe como a produção de um documentário. Poucos anos atrás Atividade Paranormal surgiu com a mesma proposta e alavancou rios de dinheiro, tanto que já estamos na quarta sequência da franquia, logicamente com uma enorme perda de qualidade. O gênero era muito utilizado em filmes de terror, mas em 2012 ele virou modinha e já é a quarta produção, de destaque do ano, que se apresenta desta forma, incluindo aqui o já mencionado Atividade Paranormal 4. Outros gêneros assumiram a técnica e se saíram muito bem no ano, sendo o primeiro deles uma aventura, Poder Sem Limites, e o segundo uma comédia, Projeto X.

Marcados Para Morrer é mais uma produção que utiliza o found footage, que apesar de trazer uma enorme sensação de realidade termina sendo um dos pontos fracos da película. Não que não seja de qualidade ou um ideia interessante do diretor David Ayer, mas faltou uma melhor definição do que fato seria utilizado como técnica, pois momentos estamos presenciando um documentário e em outros estamos diante das câmeras normais. Outro erro é que mesmo quando sabemos que estamos diante de uma câmera normal, o diretor resolveu "fazer de conta" de que estava se utilizando da técnica e manteve a câmera inquieta, o que de fato é bem ilógico. Essa indefinição e, talvez o excesso de movimentos e cortes, fizeram com que perdêssemos o total entendimento de algumas cenas, como por exemplo um resgate de incêndio, que aos meus olhos ficou bem confuso ou a invasão de uma casa repleta de corpos.

Apesar deste problema técnico, que sem sombra de dúvidas piora a qualidade, o longa Marcados Para Morrer ainda é acima da média, principalmente por ser uma grande homenagem ao trabalhos dos policiais. O longa não se preocupa em ter um enredo de acontecimentos criminosos e exatamente por isso não temos toda aquela investigação do tráfego e nem vilões marcantes. A proposta do filme é a de realmente acompanhar o dia a dia dessas pessoas que trabalham para nos proteger. Percebe-se logo de começo que irá se tratar de um filme que irá apresentar policiais honestos e dispostos a salvar as pessoas, seja prendendo alguém que está cometendo desordem, resgatando crianças de incêndios ou presenciando crimes, que não necessariamente precisam ser parte de um grande esquema.

Tomando mais essa decisão arriscada, David Ayer acertou assim na escolha do seus atores, que conseguiram demonstrar um enorme entrosamento em cena. O foco deixa de ser as ruas e passa a ser dois policias que trabalham fazendo ronda. Jake Gyllenhaal e Michael Peña estão fantásticos em cena e conseguem transparecer uma sensação de que já se conhecem e trabalham juntos a bastante tempo. Uma afirmação que pode ser feito, principalmente pelos assuntos de cunho sexual, é que a dupla improvisou bastante em cena. A dupla foi capaz de chamar a platéia para si, que torce pela dupla, mesmo ciente de que ambos não se tratam de super heróis.

Apesar de um final até mesmo previsível Marcados Para Morrer termina se tornando um filme bom de ser assistido e que nos reserva talvez a melhor dupla do ano nos cinemas. A violência do filme é nua e crua e os policiais jamais são endeusados. Tudo acontece como se fosse mais um dia normal de trabalho. Apesar de erros nas decisões o longa termina funcionando bem a maior parte do tempo.








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