Resenha de LIVRO: O PASSADO E SEUS VERMES

20 de dezembro de 2012 1 Comente Aqui!


Um julgamento que retrata nossa história

Fiquei muito preocupado, ansioso e tenso para escolher o último livro que, humildemente, indicaria no site cinemadetalhado.com.br. Afinal, sempre que se começa algo ou se encerra um ciclo é necessário retratar isso de forma emblemática. Fiz isso quando principiei a registrar na coluna e meu pontapé inicial foi com “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues http://www.cinemadetalhado.com.br/2012/01/critica-de-livro-o-beijo-no-asfalto.html. Por isso, arrisquei ser muito criterioso na obra que encerraria minhas indicações de 2012.

Depois de conjecturar incansavelmente optei por uma obra, histórica, que pinta um pouco da sociedade que nos “moldou” a ferro, fogo e com muita hipocrisia e simulação em seu alicerce.

Quem não contempla o passado, a meu ver, comete os mesmos erros no presente e futuro. Ao ler e refletir sobre “O Queijo e os Vermes” senti, no lugar mais obscuro do meu interior, que a humanidade necessita se examinar profundamente qual o caminho que deseja escolher para a coletividade. Nessa obra literária descobriremos o quanto a vida de um pequeno moleiro, no século XVI é parecida com a nossa, em aspectos culturais e preconceituosos, com a nossa em pleno século XXI. Descubra as semelhanças entre Queijos, Vermes e HOMENS.

O Livro - Um obscuro herege do século XVI é resgatado do esquecimento por Carlo Ginzburg em O queijo e os vermes. A partir daí nasce não uma dissertação acadêmica, mas uma das mais apaixonantes histórias sobre a Inquisição e sobre a cultura popular e erudita da época, por meio da vida de Menocchio, o moleiro, e sua espantosa cosmogonia: "[...] tudo era um caos, isto é, terra, ar, fogo e água juntos, e de todo aquele volume se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito do leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos...”. "O trabalho de reconstrução é brilhante, o estilo extremamente agradável e, ao fim do livro, o leitor que seguiu os passos de Carlo Ginzburg, em seu passeio através da mente labiríntica do moleiro de Friuli, abandonará com pesar a companhia dessa estranha personagem."The New York Review of Books

1 Comente Aqui! :

  • wandocabelo disse...

    Pois é Renato, nossa sociedade sempre foi implacável com quem tem ideias próprias, discordar dos que estão no poder é proibido, esse livro é exemplo disso, parabéns pela critica, o livro é muito bom e uma ótima dica de leitura de férias, abraço.

 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...