Resenha de Filme: 007 - Quantum of Solace (Quantum of Solace, 2008)

18 de dezembro de 2012 1 Comente Aqui!

Daniel Craig estreou em grande estilo na franquia do agente secreto britânico mais conhecido do mundo com 007 - Cassino Royale (2006). Apostando num James Bond mais humano e viril, Cassino Royale deu uma nova perspectiva para o mercado que começou a acreditar em diretores com viés mais autoral. Marc Forster, diretor de Quantum of Solace, tem um currículo atípico, digamos, se comparado com os diretores dos outros filmes da franquia. Seu projeto anterior, O Caçador de Pipas (2007), Forster usou uma câmera mais intimista, atenta aos detalhes. Já aqui arrisca um frenesi de ação incessante, e aqueles detalhes que possivelmente iríamos ver - como os que Martin Campbell capturou em Cassino Royale - ficaram invisíveis por um roteiro que priorizou mais a ação do que qualquer outra coisa.

Os roteiristas de Cassino Royale, Robert Wade, Paul Haggis e Neal Purvis permanecem neste filme, mas infelizmente a qualidade do roteiro ficou aquém do esperado. Aquele equilíbrio de aventura, drama, romance, ação e reviravoltas do filme anterior deixou saudades. Neste novo longa da franquia, os roteiristas constroem uma narrativa simples, sem grandes contornos e rápida (de todos os filmes do 007 este é o mais curto). A história começa exatos poucos minutos depois de quando termina Cassino, James Bond (Daniel Craig) está fugindo em seu Aston Martin cinza, com Sr. White no porta-malas, pelas avenidas de Siena (Itália). A perseguição inicial é muito boa, cheia de explosões e de tirar o fôlego. Bond quer vingar a morte de Vesper Lynd (Eva Green), mulher que se apaixonara em Cassino, e para isso sofre mais perseguições não só de carro, mas também de moto, barco, avião e a pé.

Sr. White, aparentemente o culpado pela morte de Vesper, trabalha para uma organização criminosa chamada Quantum, cujo objetivo é colocar no poder da Bolívia um ex-ditador para facilitar negócios. Na empreitada vingativa Bond encontra uma companheira, Camille (Olga Kurylenko), que também quer vingar uma morte, no caso, de sua família inteira, assassinada pelo ex-ditador. Toda essa jornada, se posso dizer assim, é bem dirigida. Forster que não está muito habituado neste gênero, trabalha bem com a ajuda do diretor de fotografia, Roberto Schaefer, que explora muito bem as cores das várias locações que o filme percorre. Entretanto, o maior pecado de Quantum of Solace é não ter um vilão à altura de James. Um sujeito chamado Dominic Greene (Mathieu Amalric) pode até enganar como vilão, mas não passa de um personagem comum. A carência de um vilão característico, que faça o contraponto de personalidade com o de Bond, pesa bastante.

Toda a história da Inglaterra se aliando aos EUA em busca de petróleo - objeto de desejo da organização criminosa Quantum - foi pouco aprofundada. E se era para servir de crítica ao governo de Bush na época, não funcionou. Sem ambição e deixando pontas soltas como, por exemplo, o paradeiro do Sr. White, o roteiro também peca no final. Aliás, a maneira de concluir a trama numa conversa rápida entre Bond e sua chefe M (Judi Dench) - que demonstra estar mais sensível do que nunca - deixou a desejar. Mas mesmo assim, o filme consegue entreter graças ao carisma de Craig que faz um ótimo 007 e a grandiosa ação sempre presente na franquia.

E nessa de economizar na duração do filme, não deram tempo nem para os fãs se deliciarem com a famosa fala "Meu nome é Bond. James Bond."


 Trailer do Filme:

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