Resenha de Filme: 007 Cassino Royale (007 Casino Royale)

17 de dezembro de 2012 1 Comente Aqui!


Em 1995 o diretor Martin Campbell tinha a obrigação de ressuscitar o personagem Bond, que estava ameaçado de não mais aparecer nas grandes sessões de cinema. Ele não desapontou nos brindando com "007 Contra Goldeneye", que era de fato um retrocesso aos filmes do passado, mas ainda assim muito bom de se assistir. Na ocasião o diretor apresentou extrema capacidade para o desenvolvimento de tomadas de ação e garantiu uma produção acima da média. Em 2005, dez anos depois, Daniel Craig estava sendo anunciado como novo ator protagonista e Campbell como o diretor da produção que deveria reinventar o personagem.

Não era muito difícil o espectador imaginar o que iria acontecer ao entrar numa sessão de James Bond. O agente era um ser imbatível, que jamais amassava o smoking ou bagunçava o penteado para derrotar um vilão excêntrico que estava disposto a causar uma guerra mundial ou dominar o mundo. Para isso ele teria apoio de gadgets mirabolantes e estaria rodeado de belas mulheres. Lógico que essa fórmula funciona e funcionou por muito tempo, mas as coisas estavam cada vez mais fantasiosas e era mais do que preciso um reformulação.

Cassino Royale veio para se tornar não só o recomeço da série, mas para ser o melhor filme da franquia. Lógico que toda mudança gera um pouco de insatisfação e aqueles fãs encegueirados reclamaram e ainda reclamam do personagem ter deixado o charme de lado ou de ter se tornado mais viril. O que eles, talvez, não entendam é que estamos abordando a primeira missão do agente, quando ele ainda era capaz de cometer erros, sentir-se inseguro e se entregar verdadeiramente ao amor de uma parceira de trabalho. Eu faço parte do grupo, que acredita que a série atingiu o ápice nesta nova fase, principalmente por humanizar o personagem e o colocar em um universo realista. 

A trama envolve a investigação do banqueiro Le Chiffre, que atua como investidor, dos criminosos, no mercado de ações. Ele tinha o plano de apostar o dinheiro contra a tendência do mercado e causar um atentado para garantir a reviravolta que lhe faria milionário. Após o plano ir por água abaixo, um jogo de pôquer é marcado no Cassino Royale para que ele tente recuperar o dinheiro perdido, já que tem como característica ser um grande matemático e um exímio jogador. O plano da MI6 é que Bond faça parte do jogo e se torne o vencedor, ocasionando com que Le Chiffre prefira ser preso e compartilhar com a instituição do que ser pego por algum de seus clientes.

Martin Campbell se mostrou um grande diretor e um completo conhecedor do universo Bondiano. O diretor consegue equilibrar de maneira coesa o roteiro, a ação e o desenvolvimento dos personagens. Praticamente todos os pontos chaves da produção estão em altíssimo nível e exatamente por isso que é possível dizer que estamos diante do melhor filme do agente secreto. Daniel Craig é outro que surpreende em sua atuação, sendo de verdade um ser humano, que consegue transmitir a sensação de ameaça, medo e insegurança. Craig norteia todos esses aspectos e apesar de, não ser o galã, que os fãs se acostumaram a ver na pele do protagonista, ele consegue ser um dos atores mais interessantes daqueles que deu vida ao papel.

Outro ponto positivo é o fato de termos finalmente uma Bondgirl, que não seja apenas uma pessoa para ir a cama com o protagonista. Vesper Lynd é uma personagem muito bem trabalha, sendo inteligente, competente e dona de um carisma incrível, que arrebatou não somente o coração de Bond, como o dos fãs. Eva Green possui bastante tempo de projeção e consegue se sobressair, principalmente na química, fruto dos belos diálogos, entre sua personagem e o agente de coração gelado. Mads Mikkelsen é outro que faz um magnífico trabalho encarnando Le Chiffre. O banqueiro é frio e calculista, sendo um oponente muito intelectual para Bond.

Sem me estender mais, essa é a oportunidade de ver de fato um filme de alto nível e conhecer de verdade o heróis que por 50 anos já aparece nos cinemas. Não se trata apenas de um filme sobre James Bond e sim de um marco do cinema. A produção é de altíssimo nível e consegue atingir o espectador de maneira impactante. O recomeço perfeito! O ritmo não diminui, o amor existe e a tensão é incessante.

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