Crítica: Possessão (The Possession)

6 de novembro de 2012 1 Comente Aqui!

O cinema de terror americano, principalmente o considerado mainstream, passou da hora de se reinventar, mirar novas situações, respirar ares diferentes. Infelizmente, as primeiras afirmações partem de alguém que é um entusiasta desse gênero e que cada vez mais tem se decepcionado com o que vem sendo feito na terra do Tio Sam, em priori, essas produções que se consideram “sérias”. Rapidamente, tomemos, por exemplo, algumas de suas principais produções da temporada até agora: A Entidade, Atividade Paranormal 4 e Filha do Mal. Mesmo alternando entre si, algumas com mais qualidades que as outras, são filmes que facilmente caem no lugar comum e a recente obra aqui em questão, Possessão, produzida por Sam Raimi e dirigida pelo dinamarquês Ole Bornedal não é diferente.

Ainda que se possa encontrar no filme uma, duas ou três novidades interessantes, como o exorcismo praticado por um rabino, um demônio originado de uma história judaica e a tal mão sinistra, que ilustra o pôster, saindo de dentro de um corpo possuído, a narrativa frágil e deveras formulaica, se alimenta das características mais batidas do gênero. Assim, não demoram a aparecer na trama o especialista sobrenatural, deixando tudo “explicadinho” para o protagonista, os sustinhos esquemáticos que somente tem eficiência em espectadores menos atentos ou até mesmo, cito um recente clichê que passou a ser um dos mais utilizado em dez de dez filmes de terror americanos: a reveladora e poderosa pesquisa no google.

A trama de Possessão, em um primeiro momento, consegue ser até intrigante, explorando a idéia de uma recente lenda urbana sobre uma misteriosa caixa habitada por um demônio. Como curiosidade mórbida, descobri pesquisando que existem até relatos de vendas do artefato nos mercados livres da vida e o roteiro concebido por Juliet Snowden e Stiles White baseia-se em um artigo (Jinx in Box) escrito pelo jornalista Leslie Gornstein relatando o comercio dessa macabra caixa. No entanto, mesmo sendo uma história das mais curiosas, passa-se longe de alguma fidelidade narrativa sobre a temática, pois sua contextualização simplória, ordinária, apenas diminui o impacto que o conto poderia ter. Quando me refiro ao habitual preguiçoso da obra, também englobo sua trilha sonora, direção de arte e efeitos especiais.

Enfim, a trama? Professor de educação física (Jeffrey Dean Morgan), recém separado, compra uma estranha caixa para sua filha mais nova em uma típica venda de garagem suburbana americana. A menina não tem muitas dificuldades em encontrar uma maneira de abri-la, mesmo com todos os aparentes obstáculos. Logo ela é possuída pelo “bicho ruim” e como de praxe, sua família se mostra cética a acreditar, achando que a menina está apenas sofrendo com a separação dos pais. Embora tentem racionalizar, os acontecimentos funestos impulsionam o pai a procurar alguém para arrancar o “carcará” do corpo da menina, fazendo entrar na história o já citado rabino exorcista. Trivial, mas ainda assim poderia ter sido mais bem elaborado. Melhor parar de reclamar e voltar para o meu Dario Argento




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