Crítica: Perseguição Implacável (The Expatriate)

11 de novembro de 2012 1 Comente Aqui!

Lançado diretamente para home-video no Brasil, até por ter tido uma carreira pífia nos cinemas ianques, Perseguição Implacável é uma realização que bebe diretamente da fonte dos filmes de Jason Bourne, os James Bond mais recentes e também do Busca Implacável de Liam Neeson. Infelizmente, a salada de referências não se mostra tão eficiente como seu diretor, o alemão Philipp Stölzl, gostaria e desprovida de uma identidade própria, torna-se uma obra genérica, repleta de “lugares comuns” e dispensável até.

Embora entre as problemáticas aparentes, como o já citado excesso de clichês e suas reviravoltas mais do que previsíveis, o filme consegue a proeza de prender a atenção do espectador, principalmente pelo seu ritmo de thriller de ação frenético, ainda que ordinário, mas deveras curioso. Digo isso, porque não é qualquer produção do gênero que carrega uma vistosa fotografia e uma atuação esforçada de seu protagonista, um Aaron Eckhart “cortando um dobrado” para trazer profundidade para seu personagem sem muitos contornos dramáticos.

Na trama baseada no roteiro do novato Arash Amel, Ben Logan (Aaron Eckhart) é um desenvolvedor de novas tecnologias em uma empresa de ponta situada na Bélgica. Com o falecimento de sua ex-esposa nos EUA, ele se vê obrigado a cuidar de sua filha adolescente, a rebelde Amy (Liana Liberato). Depois de uma noite com a filha no hospital, pois a mocinha se intoxicou com um alimento, Ben resolve passar bem cedo no trabalho para averiguar se uma documentação foi entregue. No entanto, ele tem uma assustadora surpresa: toda sua divisão, como em um passe de mágica, sumiu do mapa e para completar, ele começa a ser violentamente perseguido.

Claro que Ben não é o sujeito pacato que parece ser, na verdade, ele é um ex-agente da CIA com um passado dos mais obscuros. Não demora também até que suas antigas habilidades sejam exigidas para proteger a filha, como o disfarce, passando pela luta corporal e o amplo conhecimento bélico. Nessa fuga desenfreada pela capital belga, pai e filha entrarão em conflito, se depararão com diversos oponentes, procurando soluções improváveis para a enxurrada de problemáticas. Nesse contexto, entra alguns fantasmas do passado, como a agente Anna, interpretada pela russa Olga Kurylenko, curiosamente desprovida de seu habitual sexy-appeal e trazendo uma atuação um tanto questionável.

Como obra de gênero, Perseguição Implacável até pode agradar um espectador menos exigente. Entre atuações caricatas e diálogos pouquíssimos inspirados, as seguidas seqüências de ação são montadas com certa eficiência no corte final, principalmente porque atingem o intento de omitir ou desviar a atenção dos evidentes problemas narrativos. Acredito até que o filme deve funcionar e entreter em uma sessão pipoca despretensiosa e corriqueira. No entanto, não estranhe se horas depois forçar a memória e perceber que guarda apenas uma recordação vaga sobre o que especificamente foi assistido.




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