Em 1984, um desconhecido Tim Burton, realizou um curta-metragem
em live-action intitulado Frankenweenie. Um trabalho em que o
novato diretor conseguiu exprimir em poucos minutos um bocado das temáticas que
seriam caras a toda sua carreira. O curta contava a história de um garotinho,
Victor, que inspirado na história de Frankenstein, ressuscitava seu cão aos
mesmos moldes do mostro clássico. O jovem Tim
Burton recheou o filminho com referências aos filmes clássicos de monstro
dos anos 40/50 e o resultado foi o que considero uma pequena jóia dentro de sua
filmografia. Curioso que o curta, bancado pela Disney, fez com que o promissor
diretor fosse demitido da empresa, com a alegação de que a realização era
mórbida demais e não se enquadrava entre os então produtos vendidos pelo Mickey
Mouse.
O mais curioso ainda, é que mais
de vinte anos depois, a mesma Disney bancou o longa-metragem em stop-motion (técnica caríssima), Frankenweenie,
dirigido e co-roteirizado pelo mesmo Tim
Burton e contando praticamente, tal como, a história do curta metragem dos
anos oitenta. Claro que os tempos são outros e as crianças não são mais as
mesmas. Visando esse mercado mutável, cada vez mais a Disney tenta se
desvencilhar do estigma de empresa de fórmulas desgastadas, com histórias
infantilóides, marcadas por princesas que falam com animais, para assim
aumentar o seu leque de público. Então, não chega a ser estranho, no caso, até
um acerto, produzir um filme como Frankenweenie,
obra com tom mórbido, trazendo crianças e adultos moldados com a personalidade
e físico de monstros. No trabalho artesanalmente meticuloso da construção dos
personagens, nota-se facilmente a alusão a corcundas, zumbis, vampiros e afins.
Logo temos uma produção, que aparentemente, vai à contramão de todos os paradigmas
clássicos da empresa.
A trama desse novo Frankenweenie
tem o mesmo ponto de partido do curta metragem de 1984. Victor Frankenstein (no
original, voz do ator mirim Charlie Tahan)
é um garoto introspectivo, sem muitas amizades e tem em Sparky, seu cão de
estimação, o principal e talvez único amigo. Um dia, após sua colega de escola
ter uma improvável premonição sobre ele, tudo parece sair perfeitamente bem
para Victor em uma partida de beisebol, como nunca tinha acontecido antes, mas
como tudo que está bem, pode ficar mal de uma hora para outra, eis que acontece
a tragédia: ao correr atrás da bola rebatida pelo garoto, Sparky atravessa,
desatento, uma rua e acaba sendo atropelado fatalmente por um carro. O desfecho
da seqüência é melancólico, triste mesmo, o próprio Tim Burton afirmou que a cena é uma clara homenagem a cena da morte
da mãe de Bambi, então, não estranhe se uma lágrima brotar no canto do olho. No
entanto, a obra passa longe de ser um apenas um melodrama infantil, logo que
Victor resolve ressuscitar o cão, baseado nas teorias de seu imponente professor,
o senhor Rzykruski (voz de Martin Landau),
que também é a cara do saudoso ator Vincent
Price, o filme ganha contornos do conhecido humor sarcástico de Tim Burton, tão caro a sua filmografia.
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Gostei, mas esperava mais! De todos do ano o que mais gostei foi Paranorman e A Origem dos Guardiões... Nem Ralph animou mt
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