Crítica: O Segredo da Cabana (The Cabin in the Woods)

15 de outubro de 2012 0 Comente Aqui!

Um grupo de universitários resolve passar o final de semana em uma cabana isolada no meio de uma floresta. Em meio a bebedeiras, cigarros de maconha, strip-teases, sexo furtivo, não demora até que uma família de zumbis apareça e a matança comece. Introdução mixuruca, não? Inevitável não pensar: “Nossa, mais um filme de jovens imbecis sendo decapitados e tendo as tripas arrancadas.” O que não deixa de ser um dos motes principais de O Segredo da Cabana, mas existe um pequeno diferencial que pode fazer alguma diferença para melhor apreciação: toda a situação é arquitetada por uma misteriosa agência, com intuitos maiores do que a aparente carnificina juvenil.

Seguindo as idéias de filmes como Battle Royale, O Sobrevivente ou mesmo Jogos Vorazes, a trama nos apresenta um macabro jogo onde apenas um dos jovens presos naquela cabana poderá sair vivo. No entanto, apenas o espectador tem ciência da disputa, os personagens, até então, acreditam estarem vivendo aquela realidade trágica. Nessa linha de argumento, brinca-se com os estereótipos e clichês do gênero terror, fazendo referencias a obras famosas, como The Evil Dead, e criando a sensação de um sarcasmo mais sujo possível, principalmente por vermos a equipe por trás se divertir um bocado com cada violenta seqüência de assassinato.

Claro que se eu contar o que motiva a tal citada agência a realizar um jogo desses, boa parte da graça de O Segredo da Cabana se dissipa. No entanto, posso citar sem afetar a apreciação do filme que existem disputas em escala mundial, usando da mitologia de horror de cada localidade. Assim, vemos rápidas passagens entre as agências de cada país, com destaque para a japonesa, em um jogo aos moldes de O Chamado. Falando em graça, a obra dirigida pelo estreante Drew Goddard, apesar de macabra, não deixa de ser uma sátira, então, preparem-se para mais risos do que sustos. Nesse sentido, vale até dizer que a realização tem sua porção metalingüística, mas não que seja tão bem elaborada ao ponto de ser considerada uma pequena jóia.

Com alguma eficiência, o diretor consegue segurar a surpresa do roteiro assinado por ele e Joss Whedon (Vingadores) até quando pode, porque assim que o mistério é revelado, o filme toma sua porção ordinária. Se por um lado O Segredo da Cabana ganha uma aura cool, divertida, em detrimento a assustar, por outro, deve-se ressaltar que o seu desfecho não é tão previsível quanto poderíamos imaginar. Verdade que além da temática estruturada de uma forma curiosa, a obra não é mesmo um filme de terror slasher qualquer. O elenco conta com nomes conhecidos, como o do galã Chris Hemsworth (Thor), o do talentoso ator Richard Jenkins, supervisor da agência, e de uma atriz famosa que surge no final como uma das muitas surpresas do catártico epílogo.



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