Um grupo de universitários resolve passar o final de semana
em uma cabana isolada no meio de uma floresta. Em meio a bebedeiras, cigarros
de maconha, strip-teases, sexo furtivo, não demora até que uma família de
zumbis apareça e a matança comece. Introdução mixuruca, não? Inevitável não
pensar: “Nossa, mais um filme de jovens imbecis sendo decapitados e tendo as
tripas arrancadas.” O que não deixa de ser um dos motes principais de O
Segredo da Cabana, mas existe um pequeno diferencial que pode fazer alguma
diferença para melhor apreciação: toda a situação é arquitetada por uma
misteriosa agência, com intuitos maiores do que a aparente carnificina juvenil.
Seguindo as idéias de filmes como Battle Royale, O
Sobrevivente ou mesmo Jogos Vorazes, a trama nos apresenta um macabro
jogo onde apenas um dos jovens presos naquela cabana poderá sair vivo. No
entanto, apenas o espectador tem ciência da disputa, os personagens, até então,
acreditam estarem vivendo aquela realidade trágica. Nessa linha de argumento,
brinca-se com os estereótipos e clichês do gênero terror, fazendo referencias a
obras famosas, como The Evil Dead, e criando a sensação de um
sarcasmo mais sujo possível, principalmente por vermos a equipe por trás se
divertir um bocado com cada violenta seqüência de assassinato.
Claro que se eu contar o que motiva a tal citada agência a
realizar um jogo desses, boa parte da graça de O Segredo da Cabana se
dissipa. No entanto, posso citar sem afetar a apreciação do filme que existem
disputas em escala mundial, usando da mitologia de horror de cada localidade.
Assim, vemos rápidas passagens entre as agências de cada país, com destaque
para a japonesa, em um jogo aos moldes de O Chamado. Falando em graça, a
obra dirigida pelo estreante Drew Goddard, apesar de macabra, não deixa de
ser uma sátira, então, preparem-se para mais risos do que sustos. Nesse
sentido, vale até dizer que a realização tem sua porção metalingüística, mas
não que seja tão bem elaborada ao ponto de ser considerada uma pequena jóia.
Com alguma eficiência, o diretor consegue segurar a
surpresa do roteiro assinado por ele e Joss Whedon (Vingadores) até
quando pode, porque assim que o mistério é revelado, o filme toma sua porção
ordinária. Se por um lado O Segredo da Cabana ganha uma aura cool,
divertida, em detrimento a assustar, por outro, deve-se ressaltar que o seu
desfecho não é tão previsível quanto poderíamos imaginar. Verdade que além da
temática estruturada de uma forma curiosa, a obra não é mesmo um filme de
terror slasher qualquer. O elenco conta com nomes conhecidos, como o
do galã Chris Hemsworth (Thor), o do talentoso ator Richard Jenkins, supervisor
da agência, e de uma atriz famosa que surge no final como uma das muitas
surpresas do catártico epílogo.
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