Produzido pela Sony Pictures
Animation, “Hotel Transilvânia” é uma animação despretensiosa que aposta na
inversão dos valores de seus protagonistas para arrancar ternura e risos de
situações um tanto previsíveis, mas que por construir personagens divertidos,
consegue ganhar nossa atenção e carisma. A trama se passa no hotel do título, construído
séculos atrás pelo conde Drácula (no original, voz de Adam Sandler) para que os
monstros de todo o mundo pudessem se refugiar das perseguições humanas e assim
curtir boas e merecidas férias.
Viúvo, receoso do mundo externo,
Drácula cuida com afinco e sozinho, mas de maneira excessivamente protetora, de
sua filha Mavis (Selena Gomez), uma jovem vampira prestes a completar 118 anos.
Como boa adolescente, Mavis tem a maior curiosidade de conhecer o mundo,
principalmente por ter passado toda sua existência enclausurada no hotel.
Conforme a tradição criada pelo próprio Drácula, ele convida todos os seus
amigos monstros para a celebração do aniversário de sua filha, mas o que o
Conde não contava é que um jovem humano, o mochileiro Jonathan (Andy Samberg),
descobrisse o lugar, criando um bocado de confusão e mexendo com os sentimentos
de sua filha.
Com a intenção de se equivaler ao
padrão Pixar de entretenimento, “Hotel Transilvânia” esforça-se para
transcender a simples diversão e causar alguma reflexão, principalmente pelo difícil
relacionamento entre pai e filha, o romance entre “diferentes” e também ao
levantar discussões pertinentes sobre julgar as pessoas pelas aparências. Todos
os monstros do filme, sem exceção, são mostrados como criaturas
incompreendidas, conflituosas, com aspectos humanizados, sofrendo por não
conseguirem se enquadrar em uma sociedade que os vêem como eternos vilões.
Nesse sentido, o filme dirigido pelo russo Genndy Tartakovsy, conhecido pelas
series animadas Laboratório de Dexter e Samurai Jack, pode ser visto como um libelo
contra o preconceito, mas não suficientemente aprofundado ao ponto de ser
tornar de fato relevante.
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